". . . seria pretensioso dizer que o Espiritismo será o futuro das religiões, mas, certamente será a religião do futuro"

Divaldo Franco - "Viagens e Entrevistas"

"O Espiritismo é a âncora firme que nos sustenta nos mares revoltos destes dias tormentosos pelo qual passa o Planeta"

Joanna de Ângelis


quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Criança Obsidiada


“Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência.
Não se vê em crianças dotadas dos piores instintos, numa Idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação?
Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso?”

(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questão 199-a.)

Crianças obsidiadas suscitam em nós os mais profundos sentimentos de solidariedade e comiseração.
Tal como acontece ante as demais enfermidades que atormentam as crianças, também sentimos ímpetos de protegê-las e aliviá-las, desejando mesmo que nada as fizesse sofrer.
Pequeninos seres que se nos apresentam torturados, inquietos, padecentes de enfermidades impossíveis de serem diagnosticadas, cujo choro aflito ou nervoso nos condói e impele à prece imediata em seu benefício, são muita vez obsidiados de berço. Outros se apresentam sumamente irrequietos, irritados desde que abrem os olhos para o mundo carnal. Ao crescer, apresentar-se-ão como crianças-problemas, que a Psicologia em vão procura entender e explicar.
São crianças que já nascem aprisionadas — aves implumes em gaiolas sombrias —, trazendo nos olhos as visões dos panoramas apa-vorantes que tanto as inquietam. São reminiscências de vidas anteriores ou recordações de tormentos que sofreram ou fizeram sofrer no plano extrafísico, antes de serem encaminhadas para um novo corpo. Conquanto a nova existência terrestre se apresente difícil e dolorosa, ela é, sem qualquer dúvida, bem mais suportável que os sofrimentos que padeciam antes de reencarnar.
O novo corpo atenua bastante as torturas que sofriam, torturas estas que tinham as suas nascentes em sua própria consciência que o remorso calcinava. Ou no ódio e revolta em que se consumiam.
E as bênçãos de oportunidades com que a reencarnação lhes favorece poderão ser a tão almejada redenção para essas almas conturbadas.
A Misericórdia Divina oferecerá a tais seres instantes de refazimento, que lhes chegarão por vias indiretas e, sobretudo, reiterados chamamentos para que se redimam do passado, através da resignação, da paciência e da humildade.
Na obra “Dramas da Obsessão”, Bezerra de Menezes narra a vida de Leonel, que desde a infância apresentou crises violentas, evidenciando a quase possessão por desafetos do pretérito. Este mesmo Leonel, já adulto e casado, acompanhou a espinhosa existência de sua filha Alcina, que como ele era obsidiada desde o berço.
Crianças que padecem obsessões devem ser tratadas em nossas instituições espíritas através do passe e da água fluidificada, e é imprescindível que lhes dispensemos muita atenção e amor, a fim de que se sintam confiantes e seguras em nosso meio. Tentemos cativá-las com muito carinho, porque somente o amor conseguirá refrigerar essas almas cansadas de sofrimentos, ansiando por serem amadas.
Fundamental, nesses casos, a orientação espírita aos pais, para que entendam melhor a dificuldade que experimentam, tendo assim mais condições de ajudar o filho e a si próprios, visto que são, provavelmente, os cúmplices ou desafetos do pretérito, agora reunidos em provações redentoras. Devem ser instruídos no sentido de que fa-çam o Culto do Evangelho no Lar, favorecendo o ambiente em que vivem com os eflúvios do Alto, que nunca falta àquele que recorre à Misericórdia do Pai.
A criança deve ser levada às aulas de Evangelização Espírita, onde os ensinamentos ministrados dar-lhe-ão os esclarecimentos e o conforto de que tanto carece.
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O número de crianças obsidiadas tem aumentado considerávelmente. Há bem pouco tempo chegaram às nossas mãos, quase simultâneamente, cinco pedidos de orientação a crianças que se apresentavam todas com a mesma problemática de ordem obsessiva.
Um desses casos era gravíssimo.
Certa criança de três anos e alguns meses vinha tentando o suicídio das mais diferentes maneiras, o que lhe resultara, inclusive, ferimentos: um dia, jogou-se na piscina; em outro, atirou-se do alto do telhado, na varanda de sua casa; depois, quis atirar-se do carro em movimento, o que levou os familiares a vigiá-la dia e noite. Seu comportamento, de súbito, tornou-se estranho, maltratando especialmente a mãe, a quem dirigia palavras de baixo calão que os pais nunca imaginaram ser do seu conhecimento.
Foram feitas reuniões de desobsessão em seu benefício, quando se verificaram as origens do seu estado atual. Atormentada por muitos obsessores, seu comprometimento espiritual é muito sério.
As outras crianças mencionadas tinham sintomas semelhantes: acordavam no meio da noite, inconscientes, gritando, falando e rindo alto, não atendiam e nem respondiam aos familiares, nem mesmo dando acordo da presença destes.
Todas são menores de cinco anos.
Com a terapêutica espírita completa, essas crianças melhoraram sensívelmente, sendo que três retornaram ao estado normal.

Livro: Obsessão e Desobsessão 

Autora: Suely Caldas Schubert



terça-feira, 29 de maio de 2012

O excepcional e o espiritual

Excepcional, termo criado para definir todo aquele que apresenta, em determinada encarnação, deficiência, principalmente da área mental.
Nesta oportunidade não desejamos enquadrar os deficientes por traumatismos diversos, infecções, causas endócrinas, etc., ou seja, nesta abordagem, estão incluídos os que não tiveram um desenvolvimento suficiente das células nervosas dando, consequentemente, distúrbios anátomo-fisiológicos congênitos. Deficiências que tais, estão ligadas ao setor da herança onde os genes cromossomiais sofreram desvios e transformações ainda no cadinho ovular.
Nos dias de hoje torna-se quase impossível negar a participação do Espírito na formação do seu próprio corpo. Desse modo, os vórtices espirituais representariam as forças da morfogênese impulsionando, na herança, as necessidades evolutivas. A zona consciente, ou das células nervosas, seria a consequência do organizador-espiritual, por isso mantendo relações íntimas entre si. O que passa na periferia consciente ou física, teria ligações diretas com a zona energética do psiquismo de profundidade ou espiritual. Os genes cromossomiais responsáveis pelos fatores de herança, teriam em seu íntimo as influências dos vórtices do psiquismo profundo, a comandar, orientar e ditar normas no mecanismo da vida. De um lado, na zona física, os genes dos cromossomos e, do outro, a energética-espiritual como os vórtices do impulso evolutivo orientador.
Na verdade, podemos explicar o mecanismo da herança cromossomial (física) como o resultado da influência de um mecanismo mais profundo (espiritual) onde o Espírito, com toda a sua bagagem evolutiva poderá transfundir as suas deficiências ou genialidades na periferia física.
O excepcional de nascença (congênito), não foge a esta regra. O desajuste periférico será o resultado das deficiências e distúrbios espirituais, de que temos necessidade para o escoamento e drenagem das imperfeições morais em determinada encarnação, para adquirir o equilíbrio do próprio Espírito. Ressaltamos que o Espírito reencarnante com suas deficiências, buscando a futura mãe, sintoniza mais facilmente com as células sexuais que carregam deficiências e desajustes em suas estruturas íntimas. Isto seria um aproveitamento da Lei para que o Espírito não escapasse ao seu destino doloroso e necessário, por ser construtivo, a fim de realizar equilíbrios posteriores. A colheita de dores e experiências de todos os matizes, são os materiais da própria Evolução. As doenças representam um campo de saneamento para o Espírito.
Todas as causas de deficiências mentais ligadas aos fatores de herança pelas alterações cromossômicas (síndrome de down, outras trisomias, etc.), resultando a idiotia, imbecibilidade e diversos graus de debilidade mental têm, atrás de si, na profundidade do fenômeno, o Espírito doente e necessitado. Acreditamos mesmo que a epilepsia congênita, muito comum nos excepcionais, seria um distúrbio ligado a causas pregressas espirituais, que encontraria nos neurônios a possibilidade de escoamento dos vórtices internos em desordem sob a forma de crises convulsivas.
Obviamente todas as manifestações vindas da esfera espiritual, iriam determinando as disfunções das células nervosas, pela sintomatologia gritante e constante, fazendoas participar das distonias, acelerando o processamento na zona física, caso esta não se apresentasse desde o nascimento com a marca integral da disfunção. Apesar das sequelas físicas que as deficiências mentais determinam, mesmo nos casos de lesões definitivas, temos que lutar, procurar condições de tratamento, medicamentos, exercícios corretivos, treino, educação, tudo, enfim ao alcance dos métodos que a nossa ciência pode fornecer.
Enfim, temos que considerar que o excepcional não será exclusivamente o resultado de um espermatozóide e um óvulo, mas principalmente, um espírito reencarnante acasalado na célula-ovo, embora dirigindo inconscientemente o processamento bioquímico e preparado os campos necessários à sua própria evolução. Ainda, na Terra, necessitamos do impacto corretivo das leis da vida, onde as reencarnações poderão ser difíceis e dolorosas; mas, tenhamos como certeza que, nos casos dos excepcionais, os quadros de dor e desalento serão grandes movimentos de libertação.

Por  Jorge Andréa

sábado, 26 de maio de 2012

A VISÃO ESPÍRITA DA MATERNIDADE / PATERNIDADE ADOTIVA

(matéria publicada na Folha Espírita em novembro de 2006)
Maternidade adotiva, um exercício de Amor
Por Camila de Andrade

O pediatra e homeopata Marco Antônio Pereira dos Santos é pai de dois filhos biológicos, mas seguiu a tradição dos pais, que haviam adotado quatro, e dos irmãos, que também se dedicaram a essa tarefa, adotando outros sete. Assim, segundo relata, faz parte de uma família com “mais ou menos” 25 filhos de “maternidade adotiva”. Membro do Projeto Acalanto, um grupo de pessoas da comunidade, pais e filhos adotivos ou não, que, voluntariamente, se propõe a desenvolver um trabalho de esclarecimento, estímulo e encaminhamento à adoção, em São Paulo (SP), ele fala, abaixo, do exercício da maternidade e do quanto é importante estar uma criança no seio da família.

Folha Espírita – O que é a maternidade adotiva?
Marco Antônio Pereira dos Santos – A adoção é um termo ligado à possibilidade de uma mãe que não tem condições biológicas naturais, por infertilidade, por uma série de situações, de, juridicamente, conseguir filhos. Ou seja, ela tem um contexto muito mais jurídico, do que social, uma vez que, conduzido o trâmite legal, essa maternidade se torna igual à outra comum. Biologicamente, a mãe não conseguiu ter um filho, mas, após o processo jurídico da adoção, aquele filho passa a ter direitos iguais a um herdeiro biológico.

FE – E ela é uma maternidade especial?
Santos – Sim, é especial porque, apesar de não ser uma maternidade biológica, gestada no útero, o é no coração, na mente. As pessoas que se envolvem, tanto o pai quanto a mãe e a família, têm de ter uma vontade forte e compromisso com esse ideal, porque as dificuldades jurídicas, familiares, sociais e psicológicas devem ser levadas em conta e são importantes. A maternidade biológica pode ser um acidente, pode não ter sido desejada, e a vontade de Deus pode se expressar independentemente da nossa. Então, através da fertilidade natural da mãe, o plano espi ritual pode programar aquela reencarnação mesmo que não seja de forma consciente da mãe naquele momento. O momento em que a mãe sabe que está abrigando um novo ser é de reflexão, de compromisso com a vida, e a partir daí se estabelece a maternidade biológica. No caso da maternidade adotiva, é uma gestação diferente, em que não há alteração do corpo da mulher, mas, sim, toda uma preparação, que pode ser feita, inclusive, por grupos de adoção como o nosso, Projeto Acalanto, onde as pessoas vão freqüentar, ouvir palestras e se preparar para as dificuldades que podem surgir, já que a maternidade e a paternidade adotivas são diferentes da biológica.

FE – Qual a proposta básica do Acalanto?
Santos – Evitar a institucionalização de menores e prevenir o seu abandono e marginalização. Para isso, promove um elo entre as crianças desassistidas e núcleos familiares estruturados, aptos a ampará-las.

FE – Como a adoção chegou à sua vida?
Santos – Eu já tinha dois filhos biológicos e quis ampliar esse relacionamento abrindo a possibilidade de resgatar pendências que eu tenha deixado em outras vidas e que se manifestaram através da maternidade.

FE – Você já foi criticado por conta disso?
Santos – A crítica é natural da ignorância, porque quando você não vive uma experiência é natural que você critique aquela pessoa, que talvez queira viver aquela experiência. Meus pais já tinham adotado, e depois, meus irmãos e eu. Temos mais ou menos 25 pessoas ligadas à experiência adotiva em nossa família, todas elas agradáveis e que nos estimularam a repeti-la.

FE – Como funciona isso espiritualmente? O espírito escolhe quem vai reencarnar e adotar outro?
Santos – É sempre uma programação diferente em cada caso. Naquelas pessoas que já trabalham mais com a idéia adotiva eles incluem a adoção no seu planejamento familiar. Várias pessoas têm o desejo secreto de adotar, mas, ao chegar aqui na Terra, em razão das dificuldades econômicas, sociais e familiares, elas se esquecem um pouco desse projeto, que fica escondido em suas mentes como um desejo secreto que pode ser transformado depois.

FE – Afinal, todas as mulheres encarnadas precisam ser mães?
Santos – Essa é uma excelente pergunta. Existem quatro oportunidades, como espírito, para os serviços ligados à maternidade. Se eu for homem encarnado não posso ser mãe, se for desencarnado também, tanto homem quanto mulher. Ou seja, como mulher encarnada, tenho a única possibilidade de ser mãe, com um índice de 25%. Assim, biologicamente, nasço com os implementos próprios da maternidade – seios, útero, ovário, etc. Isso é uma certa orientação da espiritualidade que aquele indivíduo deve aproveitar aquela encarnação para evoluir mais rapidamente. E a maternidade é uma oportunidade de evolução maravilhosa.

FE – Então, o encontro da família adotiva não é casual?
Santos – Na maioria das vezes, para não dizer todas, é um planejamento superior. Veja bem, se uma criança nasce para ser filho biológico de A + B, mas, infelizmente, é abandonada, pode haver uma reengenharia, sim. Tem gente que prefere deixar aquele compromisso pendente, mas em uma próxima encarnação terá de resolvê-lo. É como uma matéria da faculdade: você não pode passar de um ano para outro se deixar uma pendência. Essa visão é muito mais ampla que a lei do carma, da reencarnação, de causa e efeito, que nos abriga a ser pais. Não existe obrigação, existe a lei do amor, que nos oferece uma oportunidade.

FE – Como o tratamento espiritual pode ajudar nessas pendências? 
Santos – A convivência com a criança adotiva não é fácil. Aqueles que pensam que é só adotar e as estão resolvendo estão errados. A adoção começa ali, não termina ali. Ou seja, a partir de determinado momento a criança passa a ser filho. Você vai com ela para casa para construir uma família, algo que não é tão simples. Quando temos filhos biológicos é mais difícil ainda, porque temos de encaixar aquele elemento num planejamento que já existia. Além do lado idealista, existe o ec onômico, psicológico e afetivo, que precisam ser bem dimensionados. Mas eu diria que é uma experiência importante, que a casa espírita ajuda muito, através do passe, da água fluidificada, de tratamento desobsessivo. Assim como existe programação espiritual positiva, às vezes, também pode existir negativa, ou seja, podem não querer que aquela criança chegue à nossa casa. Ela pode trazer os “amigos” que querem evitar a sua convivência harmônica. Tratamentos psicológico, pediátrico e homeopático ajudam bastante.

FE – Que mensagem o senhor daria para aqueles que querem adotar, mas têm dúvidas e medo?
Santos – É uma experiência importante na vida do espírito, vai lhe trazer muito amadurecimento, oportunidade de exercitar a maternidade, além dos laços biológicos. Nós precisamos amar a todos, sentir que Deus é nosso pai e todos nós somos irmãos. Então, a maternidade ou paternidade adotiva é um exercício de amor.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Homosssexual na Casa Espírita

Como espíritas que somos e esclarecidos pelos ensinamentos da doutrina, precisamos desenvolver uma postura de tolerância e compreensão para acolher, sem preconceitos, todos os espíritos que nos cercam e que buscam a casa espírita. O amor de Deus é plenamente destinado a todos, sem exceções. Características do corpo físico, esse invólucro transitório do espírito em vida terrena, não podem definir este espírito nem devem contribuir para gerar sentimentos de rejeição ou repulsa em nossos corações.
Todos aqui estamos nesse mundo de expiação e provas e, para aqui poder atuar, assumimos corpos físicos que tornam possível a vida na Terra. Mas este corpo é, e será sempre, a despeito dos avanços da Medicina, um corpo perecível. Portanto, é no espírito imortal que habita ali, criação amorosa de Deus e que carrega Sua luz, que devemos concentrar nossa atenção e a ele dedicar o nosso am or. Na ótica da Caridade Cristã, não só devemos acolher esses espíritos, cada um revestido de sua própria individualidade, mas também procurar chegar até eles, encurtando o caminho que nos separa.
A Doutrina Espírita nos ensina que todos nós temos um passado que explica e justifica situações de nossa vida presente. Do mesmo modo que Deus acolhe amorosa e indistintamente todos os seus filhos, assim devemos proceder com nossos irmãos. 
Aprendemos também que o espírito possui uma bipolaridade em termos sexuais, podendo encarnar sucessivas vezes ora como Homem, ora como Mulher. No estudo do desenvolvimento dos embriões, a ciência já nos mostra que todo embrião tem as duas potencialidades, feminina e masculina, que só se define após algumas semanas do desenvolvimento fetal. O que nos define como Homem ou Mulher? É a contribuição do pai, através de seu espermatozoide, que determina o sexo do futuro bebê. Essa conformação genética é solicitada pelo próprio espírito, esclarecido a respeito de suas necessidades para aquela encarnação. Para isso, contribuem os espíritos superiores que se encarregam de ajudar e apoiar esse ser que vem a renascer. Segundo a história de cada um e suas necessidades, será definida sua feição humana. Todos encarnamos melhores, mais evoluídos do que já fomos, para prosseguir em nossa caminhada. Todavia, esse corpo físico manifesta exigências carnais e a atividade sexual é uma delas.
Precisamos buscar, através do raciocínio e da conscientização e da procura constante de nossa essência espiritual, a compreensão dos processos dolorosos pelos quais passamos na vida para tirar dessas experiências o aprendizado necessário à busca da perfeição e da felicidade, do bem-estar pleno para o qual Deus nos criou. O mundo atual nos desafia a enfrentar, com coragem e sem hipocrisia, as novas relações interpessoais que ocorrem em todos os espaços onde transitamos. Hoje sabemos, a ciência nos afirma, que a relação homossexual, feminina ou masculina, é perfeitamente possível tanto do ponto de vista físico (obtenção do prazer sexual) como do psíquico (afetividade, harmonia, companheirismo, etc.).
A OMS, que já catalogou a HOMOSSEXUALIDADE como doença, hoje já não considera assim. Por isso, o termo “homossexualismo” não deve mais ser usado, já que o sufixo “ismo” caracteriza “doença”. Devemos nos referir à Homossexualidade, que designa um estado do ser, uma condição do indivíduo. Quanto à auto-estima, as pessoas podem ser: Egossintônicas –- aceitam-se como são; ou Egodistônicas -– rejeitam sua própria condição, não estando em sintonia consigo mesmas. Desta condição egóica depende a qualidade das relações afetivas que construirão, tanto heteros como homossexuais. Os distúrbios afetivos e psíquicos, que exigem tratamentos específicos para reequilibrar o indivíduo desajustado quanto às normas sociais, derivam desta condição interna do sujeito e que, na visão espírita, sabemos resultar de vidas anteriores.
Quando as pessoas se reconhecem com tendências homossexuais, esse processo costuma vir carregado de muita confusão, sofrimento e, principalmente, de culpa. Daí a necessidade do acolhimento e da orientação adequada para que a pessoa seja esclarecida pela palavra de Jesus. Só assim ela terá a possibilidade de se equilibrar para viver de forma digna as provações que precisará enfrentar.
A condição sexual não garante a dignidade do indivíduo, mas sim a forma como ele exerce a sua sexualidade. Muitos heterossexuais se comportam de modo totalmente indigno, usando o outro de forma egoísta, visando seu próprio prazer sem respeito a si mesmo nem aos sentimentos do outro. Estes também precisam ser esclarecidos para evitarem os males que resultam de tais condutas. Indiferente de sua condição sexual, todos devem se comportar, se vestir e se comunicar de forma adequada a cada situação.
O Atendimento Fraterno é a porta aberta na Casa Espírita para o acolhimento dos espíritos que nos procuram, independente de sua condição ou aparência. Não há espaço aí para indiscrição nem para rejeição ou pré-julgamentos. Não importa o que ele é, mas sim o que ele poderá vir a ser, na medida em que for se esclarecendo. Essa necessidade é igual para todos os espíritos que sofrem e buscam superar pelo Bem suas necessária provações. Muitos homens têm características femininas em sua aparência ou em sua conduta (são mais suaves, mais sensíveis, mais frágeis), mas não são menos masculinos por causa disso. São experiências anteriores, ricas e proveitosas, vividas na condição feminina em encarnações passadas, que os fazem constituírem-se assim. O mesmo ocorre com mulheres que apresentam posturas tidas socialmente como masculinas sem que sejam menos femininas em sua constituição física ou psíquica. Conforme essas características, as pessoas se atraem e os casais se formam e funcionam de forma harmoniosa, encontrando na relação conjugal a completude, o companheirismo que os ajuda e os fortalece na trajetória terrena. Os desvios sexuais estão relacionados a uma indefinição ou confusão interna que podem afetar seu espírito e, conseqüentemente, atingem seu corpo físico e seu psiquismo. Controle, educação e disciplina são condições básicas para vivenciar a sexualidade de forma adequada. A união de um casal deve ser pautada no Amor e na prática do Bem; ter ou não ter filhos não deve ser uma obrigação inerente ao casamento.
Na casa espírita, qualquer trabalhador, em qualquer função que exerça, pode estar em qualquer condição sexual desde que se comporte e conduza suas ações de modo adequado, dentro e fora da casa. Além disso, precisa ter conhecimento da doutrina e uma fé consistente que dêem suporte a seu trabalho.
A homossexualidade não é uma opção da pessoa nem é provocada por condições familiares, relação parental etc., posto sabermos que na maioria das vezes está definida antes de seu nascimento. Portanto, as pessoas são responsáveis pelo modo como decidem exercer sua sexualidade. A sexualidade não é uma escolha, mas o ato sexual é. Há indivíduos ditos fronteiriços quanto a sua definição sexual devido a conflitos e situações pretéritas. Nestes ocorre um momento onde ele decide por um lado ou por outro e, dependendo do seu grau de esclarecimento, pode fazer uma escolha indevida, problemática para sua vida. Quando percebemos esses sinais em nossas crianças, é nosso compromisso cristão para com elas que as aceitemos com respeito e carinho e as eduquemos segundo os princípios da nossa fé: os critérios evangélicos de ética, de moral e de caridade. Assim estaremos educando aqueles espíritos para que se tornem pessoas de Bem. O trabalhador espírita que ainda não se libertou das amarras do preconceito deve se abster do Atendimento Fraterno dirigido a pessoas cujas características possam lhe provocar sentimentos de desconforto. Tenhamos sempre em mente que a Doutrina Espírita acolhe e compreende, mas não é conivente com condutas que destoam da moral cristã.
Quando o exercício da sexualidade traz angústia e sofrimento ao indivíduo, seja qual for sua condição sexual, é aconselhável que ele se proponha a um período de abstinência sexual, durante o qual buscará estudar e refletir melhor sobre si mesmo, esclarecer-se sobre seu papel no mundo para então escolher um modo de vida que faça dele um membro ajustado e útil à sociedade. Não esquecer, todavia, que essa abstinência deve ser assumida espontaneamente e nunca imposta por outros, o que quase sempre acaba resultando em desvios sexuais. 
Na avaliação dessas situações que ora nos apresentam, como a união civil de homossexuais, devemos sempre usar o bom senso e uma postura tolerante e amorosa para agirmos de forma justa. Reconhecer os direitos legais de um casal homossexual é uma questão de justiça e respeito pelas pessoas, apenas legitima o que já existe e não se constitui um estímulo para “gerar” homossexuais. Na orientação dos indivíduos homossexuais, devemos alertá-los de que são alvos fáceis para a ação perniciosa de outros espíritos que tentarão utilizá-los para satisfazer suas necessidades sexuais, causando grandes perturbações.
Todos os espíritos devem encarnar várias vezes como homem e como mulher para vivenciarem as experiências específicas de cada papel sexual, enriquecendo assim sua caminhada espiritual.Homens e mulheres que vivem de forma promíscua sua sexualidade, sendo permanentemente sedutoras e explorando o outro sexualmente, podem no futuro encarnar como homossexuais como provação para elaborar essa questão.
Não há motivos contrários à adoção de crianças por casais homossexuais visto que já sabemos que essa condição não depende de influência parental direta. Se o casal que se dispõe a adotar tem condições de oferecer às crianças a proteção, o carinho e a educação que elas precisam para crescer saudáveis, nada os desclassifica para serem pais.
Finalmente, lembremos sempre que a homossexualidade não é uma condição permanente, é um estado transitório. Os indivíduos não são homossexuais e, sim, estão homossexuais.
E somos todos, antes de tudo, filhos muito amados de Deus.

Fonte: Dr. Augusto Fernando Haanwinkel - http://www.bezerramenezes.org.br/

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Realização da 2ª Etapa do curso A Doutrina Espírita e o Século XXI

Seguindo a programação de cursos, no domingo 20/05 aconteceu a 2º etapa tendo como tema "A Missão do Espírita".
Atingimos um público de 73 pessoas das seguintes localidades: Pouso Alegre, Careaçu, Poço Fundo, São Paulo e Porto Alegre.
O curso, assim como na 1ª Etapa, foi bastante proveitoso, com um sorteio de livros para os participantes.
O próximo módulo que será realizado no dia 05/08 trazendo como tema "A Mediunidade". 


Agradecemos a participação de todos e contamos com a presença dos mesmos na próxima Etapa! Fiquem em paz! Até lá!

Fotos:




quarta-feira, 23 de maio de 2012

NASCIMENTOS


Você tem ideia de quantas pessoas nascem por minuto no mundo?
Inacreditavelmente, enquanto você ouve este texto, considerando cerca de cinco minutos, irão nascer por volta de mil pessoas no planeta.
Sim, são mais ou menos duzentos nascimentos por minuto, ou ainda, de três a quatro por segundo!
Será que conseguimos imaginar a alegria desses pais, dessas famílias, recebendo - alguns pela primeira vez - o milagre de um filho nos braços?
Em meio a tantas notícias ruins - que parecem vender melhor que as boas, nos meios de comunicação, faz-se necessário que pensemos na vida, e não apenas na violência, nos assassinatos e mortes drásticas.
O site breathingearth.com apresenta uma proposta muito interessante, com um desenho do mapa mundi animado, mostrando em cada país, em cada continente, alguns dados importantes, atualizados instantaneamente.
Entre eles a natalidade no globo, sendo assinalada com pequenas estrelas que vão piscando aqui e ali, conforme os nascimentos em cada lugar.
A representação com estrelas é muito significativa, aos olhos daqueles mais sensíveis às belezas da vida.
Cada estrela daquelas é uma nova encarnação, uma nova oportunidade, uma nova chance que um Espírito recebe do Criador.
Nascemos aqui e ali com objetivos certos e importantes.
Resgates, provas, missões - fazem-nos retornar ao cenário terrestre para que continuemos nossa caminhada rumo à tão sonhada felicidade.
Felicidade que vai sendo construída e gozada ao longo das próprias experiências, conforme vamos amadurecendo e encontrando os caminhos do amor.
Nascer é ganhar do Criador nova oportunidade, mas é também dar a si mesmo uma nova chance.
A grande maioria dos lares nos recebe de braços abertos, e nos corações dos pais temos aqueles que mais irão se esmerar para que tenhamos uma boa vida na Terra.
Voltar a viver pode significar um reaprisionamento para o Espírito, que precisa vestir novo corpo material, porém, por outro lado a reencarnação é libertadora.
Libertamo-nos das amarras de ódios antigos. Libertamo-nos da tristeza das experiências frustradas do passado. Libertamo-nos do nosso homem velho pois, a cada vida, temos a chance de moldar um novo eu.
Renascer é libertar-se.
Quando nos dispomos a amar, quando nos dispomos a reconstruir o que nós mesmos destruímos, libertamo-nos da culpa, do medo, e passamos a caminhar de cabeça erguida. Isso é liberdade.
*   *   *
Pense nos duzentos renascimentos por minuto...
Quantos abraços... Quantas lágrimas... Quanta felicidade.
Que maravilha é esse ir e vir do planeta Terra!
Quantas experiências, quantos planos, quanto aprendizado.
Possivelmente você que nos ouve já nasceu há uns bons anos, mas é sempre tempo de voltar a pensar em renascer.
Renascer dentro da própria vida. Por que não? Tantas e tantas vezes quantas se fizer necessário.
Renascer da água e do Espírito, tal a Lei apontando o caminho da felicidade maior almejada.
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.


Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Culto da Oração

Quando a aflição te visite o trabalho, desferindo golpes no teu oração ou conduzindo-te às sugestões do mal, recorda-te da oração singela à disposição de todos.
Semelhante a ungüento, não somente cicatriza o peito em chaga aberta, como vitaliza os melhores sonhos perturbados pela nuvem sombria do desespero, devolvendo a esperança e a paz.
Anjo benfazejo, a oração apaga as labaredas do crime, em começo, improvisando recursos de salvação, para que a serenidade retorne, santificante, à direção da consciência.
Não apenas garante a felicidade e harmonia do lar, como também embeleza todas as realizações começantes, oferecendo estímulo novo e coragem, para o êxito total da experiência em que te aprimoras no estágio do mundo.
Não somente consola e sara, mas também ilumina o pensamento turbilhonado, restituindo a calma e o tirocínio para desmanchares os cipós enrodilhados nos teus pés, a te reterem na província da angústia incessante.
Celeiro de bênçãos inesgotáveis, ela é a segurança da família, alimento dos filhos e fortaleza dos pais. Mensageira do Pai Celestial, é a intérprete das tuas aspirações e intercessora dos teus anseios junto aos bem aventurados.
Vertendo-a do coração, em colóquio confiante, asserenam-se as paixões, purificam-se os sentimentos, estabelecem-se diretrizes, moderam-se as necessidades, robustece-se a fé, eleva-se o padrão de serviço; ela harmoniza, em redor de nossa aprendizagem, os patrimônios da honra, do respeito e da saúde espiritual, favorecendo a extensão das menores tarefas, no campo do auxílio aos sofredores.
Esposando-a, dilatam-se os minutos que se enriquecem de experiências sublimes, fazendo a vida mais nobre e digna.
Na Terra, o cristão é qual oásis fértil na aridez dos sentimentos. Solicitado por todos e por todos fiscalizado de perto, é como árvore produtora que todos buscam esfaimados, guardando o direito de a apredrejarem e a ferirem.
Recebe, assim, em silêncio, a perseguição gratuita e o punhal invisível da maldade e planta-os na terra abençoada da oração humilde e nobre onde se consomem todos os adversários da luz, vencidos pela misericórdia do Céu.
E, quanto possível, cultiva a prece em tua alma, com devotamento e confiança e, trabalhando sem desfalecimento, faze dela o teu abençoado guia todos os dias e todas as horas, assegurando, imperturbável, a vitória do bem no roteiro da tua vida.
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Chama da Alma

Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma forma bastante estranha, quanto 
mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.
Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca.
Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.
Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o rei era virtuoso e amado por todos.
Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu: “Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo.”
Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.
O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: “Você conseguiu ver todas as minhas riquezas?”
O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu: “Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada.”
Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo: “Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam.”
“Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário.” 
O sábio representa na história as pessoas insatisfeitas, aquelas que dizem que nada lhes sai bem. Vivem irritadas e afirmam ter raiva da vida.
O rei representa as criaturas tranqüilas, ajustadas, confiantes. Criaturas que são candidatas ao triunfo nas atividades que se dedicam. São sempre agradáveis, sociáveis e estimuladoras.
Quando se tornam líderes, são criativas, dignas e enriquecedoras.
Deste último grupo saem os que promovem o desenvolvimento da sociedade, os gênios criadores e os grandes cultivadores da verdade. 
***
Com ligeiras variações, é o lar que responde pela felicidade ou a desgraça da criatura. É o lar que gera pessoas de bem ou os candidatos à perturbação.
É na infância que o espírito encarnado define a sua escala de valores que lhe orientará a vida.
Por tudo isto, o carinho, na infância, o amor e a ternura, ao lado do respeito que merece a criança, são fundamentais para a formação de homens saudáveis, ricos de beleza, de bondade, de amor que influenciam positivamente a sociedade onde vivem.
Em nossas mãos, na condição de pais, repousa a grande decisão: como desejamos que sejam os nossos filhos tranqüilos como o rei ou atormentados como o sábio.



quarta-feira, 16 de maio de 2012

CUIDADOS DE DEUS


O hábito de reclamar é muito difundido.
Em toda parte, as criaturas reclamam.
Filhos em relação aos pais, cônjuges entre si, patrões e empregados, vizinhos, amigos e meros conhecidos.
Reclamões não faltam.
Já pessoas genuinamente gratas são um tanto raras.
Quem presta atenção no que falta costuma não notar o que tem.
Esse mau hábito é especialmente triste em se tratando da Divindade.
Porque Deus é o Senhor do Universo.
Dele procedem todas as bênçãos e oportunidades.
Ele cria todos os Espíritos e lhes viabiliza existências incontáveis a fim de que se aprimorem.
Cerca-os dos mais ternos cuidados.
Providencia-lhes corpos, vidas e amores.
Inclusive cuida de boicotar seus desatinos mais graves, para que não se compliquem em excesso.
Entretanto, curiosamente, os homens ainda se sentem no direito de reclamar do Eterno.
Imaginam ter direito a mais do que recebem.
Desejam tranquilidade, riqueza, poder, fama e beleza.
Contudo, nesse querer fantasioso, esquecem-se de notar e agradecer o muito que recebem.
Olvidam a bênção dos tempos de paz, nos quais podem perseguir seus sonhos.
Não valorizam a família na qual nasceram.
Os pais que lhes cercaram os primeiros passos de cuidados.
As escolas nas quais foram matriculados.
Os professores que os instruíram.
A saúde do corpo , a existência em um país pacífico, os amigos...
Acham natural possuir tantos tesouros.
Ocorre que nem todos podem desfrutar simultaneamente dos mesmos dons.
A vida na Terra constitui uma estação de aprendizado.
Nela, as experiências variam ao Infinito.
Há os que experienciam a saúde, enquanto outros vivem a enfermidade.
Os com facilidades materiais e os de vida mais modesta.
As posições se alternam no curso dos séculos.
O papel de cada homem é ser digno e fraterno na posição em que se encontra.
Utilizar os tesouros que recebeu da vida, a fim de crescer em talentos e virtudes.
E, especialmente, entender que o próximo é um irmão de caminhada.
Ele também deseja ser feliz e viver em paz.
É igualmente um filho de Deus.
Tendo isso em mente, urge repensar os próprios hábitos.
Identificar os inúmeros cuidados recebidos de Deus.
Ser grato por todos eles e cessar de reclamar por bobagens.
Quanto à gratidão, ela tem uma forma muito especial de se manifestar.
Consiste no amparo ao semelhante em estado de sofrimento ou abandono.
A bondade para com o próximo é uma forma de gratidão que o homem pode oferecer ao seu Criador.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 14.05.2012.

sábado, 12 de maio de 2012

MÃES EXTRAORDINÁRIAS

Uma homenagem a todas as mães pelo dia delas no próximo domingo...

O jovem andava pela rua quando deparou com um homem caído.
Inexperiente, mas com enorme coração, chamou um táxi, colocou nele o homem e pediu para rumar ao hospital.
Ao chegar lá, descobriu que não tinha dinheiro para pagar a corrida.
O taxista lhe disse:
Quem é este homem que você vem trazendo ao hospital?
Não sei, respondeu o moço. Encontrei-o caído na rua e pensei em dar socorro.
Bom, respondeu o profissional, se você pode ajudar a quem não conhece, eu também posso. A corrida fica por minha conta.
O homem, ainda inconsciente, foi colocado em uma maca. Mas aí, os problemas começaram.
O moço não sabia o nome dele, nem endereço, nem se tinha plano de saúde. Nada.
Afinal, como disse à recepcionista, eu não mexi nos bolsos dele. Só pensei em socorrer.
Bom, se ele não é seu parente, não é seu conhecido, quem vai se responsabilizar pelos custos do atendimento que for necessário?
Não sei, falou o rapaz. Eu não tenho condições. Só sei que ele precisa de atendimento. Não pode ficar aí, sem que ninguém o socorra.
A questão era simples, segundo a moça. Ele devia depositar um valor em caução e o restante poderia ser ajustado, mais tarde.
Enquanto tentava explicar que não tinha dinheiro, e quase suplicava para que o seu socorrido fosse atendido, um médico adentrou o hospital.
Fale com ele, disse a moça. É o diretor. Se ele autorizar...
E assim foi. Ciente do que estava acontecendo, o médico de imediato diligenciou para que o homem adentrasse o hospital e passasse a receber atendimento.
Na seqüência, pediu ao jovem que fosse ao seu escritório.
Quando o rapaz entrou na sala, encantou-se com um quadro, em tamanho natural, de uma senhora, de olhos expressivos, belíssima.
Quem é? – perguntou.
O diretor, sentando-se, contou: Minha mãe. Ela era uma mulher pobre. Lavando e passando roupa, conseguiu que eu me tornasse médico.
Ela já morreu. Mas conseguiu o seu propósito: formei-me em Medicina e como vê, hoje sou o Diretor Geral deste grande hospital.
Quem diria... O pobre filho de uma lavadeira. Mas essa mulher extraordinária, não somente conseguiu que eu alcançasse o diploma.
Ela me deu lições de sabedoria e de vida. No dia em que me formei, ela me recomendou:
“Filho, faça o bem quanto possa. Use o seu saber, como médico, para salvar vidas.”
Por isso, meu jovem, quem chega neste hospital, é atendido, como está sendo aquele homem que você recolheu na rua.
Depois veremos se ele tem ou não dinheiro para pagar.
Em memória de minha mãe, dessa mulher excepcional que tanto trabalhou para que eu me tornasse médico, jamais deixarei que alguém morra à porta de meu hospital.
Atendo e atenderei sempre, da melhor forma possível, pagantes e não pagantes. Não poderia deixar de atender a um pedido de minha mãe.

Toda mãe é uma educadora. Algumas lecionam matérias para o dia a dia dos seus filhos. Ensinam a se portar, mandam o filho para escola, alimentam-no. Outras, e são essas as mães extraordinárias, renunciam a tudo pelo bem dos seus rebentos.
Transmitem lições para a vida imperecível. Não pensam somente no bem-estar físico dos filhos. Vão além. Trabalham e estabelecem lições para a vida do Espírito.
Elas desejam que seus filhos sejam felizes agora, no hoje, na Terra, e no Além, quando abandonarem o casulo carnal.
Essas mães... Essas mães são mesmo extraordinárias.

 Redação do Momento Espírita, com base em fato real, ocorrido na juventude de Divaldo Pereira Franco.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

AFLIÇÕES DA ALMA

É natural, neste mundo, com suas necessidades e peculiaridades, que as preocupações com o nosso entorno consumam boa parte de nossas energias.
São os compromissos financeiros a serem pagos, as atividades profissionais a realizar, a educação própria e a dos filhos a se construir.
Enfim, são muitos e os mais variados os compromissos com o dia a dia do mundo.
Somados a esses, os que efetivamente fazem nosso compromisso para conosco mesmo, assumimos outros, que são trazidos pelo barco da ilusão, e consentimos seu atracar nas praias de nossas vidas.
Assim, permitimo-nos ocupar o tempo na luta inglória contra os anos, na ilusão do não envelhecimento, esquecidos de que cuidar do corpo se faz necessário, sendo supérfluos os exageros.
Na busca do bem-estar físico, do salário que nos permita a vida confortável, deixamo-nos levar pelo exagero da ganância, pelo excesso da cobiça, usando as horas para amealhar, juntar moedas, ter fortunas.
E, quando percebemos, toda nossa vida está voltada para as co isas puramente materiais. Vivemos todas as horas de nossos dias para o mundo exterior, e só para ele.
Deixamo-nos lentamente esquecer da alma que somos, do Espírito que habita um corpo e passamos a viver como se fôssemos um corpo somente, sem alma.
Como decorrência desse comportamento, as aflições da alma surgem avassaladoras.
Descuidada e quase sempre esquecida, ela adoece por abandono e descaso, logo surgindo as aflições como consequência.
Irrompem assim as distonias mentais, a depressão, a melancolia profunda, o desinteresse pela vida.
Muitos afirmam que isso tudo surge do nada, de repente, sem causa externa ou aparente que possa ser identificada.
Porém, as aflições que nos tomam a alma são apenas o resultado do longo período de descuido a que nos entregamos.
Carentes de valores e estruturas nobres para enfrentar os desafios do mundo moderno, aturdimo-nos e nos afligimos.
Como os momentos de reflexão, meditação, autoanálise não se fazem presentes e, ainda, o comportamento generoso, de solidariedade e gratidão à vida não se tornou hábito, a alma ressequida do investimento no amor, facilmente se perturba.
Desse modo, se a alma se apresenta aflita é porque clama mudanças em suas paragens íntimas.
Se a mente, reflexo da alma, perturba-se, é porque carece do investimento inadiável de valores nobres.
Portanto, antecipar-se aos momentos de desassossego, buscando evitá-los, através das atitudes nobres, do bom pensamento e da autoanálise, é atitude de sabedoria e maturidade perante a vida.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 5 de maio de 2012

O tempo sem tempo de Divaldo Franco

Suely Caldas Schubert

            O dia 05 de maio de 2012, amanhece.


            Na Mansão do Caminho, na cidade de Salvador, o sol vence as sombras da madrugada e, lentamente, preenche todos os espaços, com o seu brilho habitual.


            Divaldo Franco, no silêncio de seu gabinete de trabalho, reflete.  Mal amanheceu e ele está desperto, após uma noite quase insone. Desde a véspera que as lembranças assomaram à sua mente. Afinal está completando 85 anos de sua atual reencarnação, e mais que nunca, quase por um automatismo, vê diante de si, na tela mental, cenas e mais cenas de sua vida, como num caleidoscópio , cujo início o traz de volta ao lar paterno.


            E aqui estou eu, que escrevo este artigo, criando, na minha imaginação, o amanhecer dessa data tão especial para todos nós, o aniversário de uma pessoa tão querida e amada pelos amigos que granjeou, em muito mais do que nos 65 países que percorreu, levando a sua palavra plena de paz, de sabedoria  e de amor, pregando o evangelho do Cristo e a Doutrina dos Espíritos. Ali está o baiano Divaldo Pereira Franco, enquanto as cenas se desenrolam em sua mente.


É uma viagem notável, iniciada na infância, quando a mediunidade despontou em sua vida atual . As dificuldades que se foram somando, em meio às vivências familiares, culminando com a desencarnação de sua irmã Nair e de outras dolorosas provações que os pais, D. Ana e Francisco Franco, enfrentaram com fé em Deus e a certeza de sua misericórdia.  Em meio às ocorrências familiares, o menino Divaldo ia experimentando os primeiros indícios da mediunidade.


Um salto no tempo e eis Divaldo, já adulto, tendo sido orientado quando ainda no aconchego familiar, por pessoas que o conduziram pelos caminhos da sua iniciação ao Espiritismo e à prática equilibrada da mediunidade. Ele se  vê no trabalho profissional, às voltas com a dupla vista, que lhe sendo tão natural é algo estranho para os demais. Um desfile de amigos especiais, companheiros das primeiras horas que ali estão , e ao revê-los, no painel da mente, um sentimento de saudade o envolve,  convocados que foram, à época, para colaborar no processo de construção da obra missionária de Divaldo. Neste momento preciso, chega também, Nilson de Souza Pereira, o amigo das eras longínquas, pelas mãos da própria Joanna de Ângelis.


Em suas reminiscências Divaldo retorna à emoção vivida no  dia 05 de  dezembro de 1945, quando a mentora Joanna de Ângelis, que, anteriormente, ele não identificara, se apresenta, e  por primeira  vez, ele a vê, conscientemente, em sua beleza radiosa , ela que o acompanha e orienta desde os tempos imemoriais, tanto quanto a imensa família espiritual que ela vem agregando através das eras.


Em breve fundam o Centro Espírita Caminho da Redenção, no dia 07 de setembro de 1947. Meses antes o jovem baiano, então com 20 anos, inicia a sua trajetória como orador. São  65 anos transcorridos, que perpassam vivos em sua memória, quando hesitante e inseguro, diante de um público que aguardava o seu pronunciamento,  ouviu uma voz a lhe dizer:   – “Fala! Falaremos por ti e contigo! Era o dia 27 de março de 1947, na cidade de Aracaju (SE)  e ali estava o espírito Humberto de Campos, convidando-o a iniciar a sua missão de pregar o Espiritismo e o Evangelho de Jesus. Ele se levantou e falou! E nunca mais parou. Muitas vezes, nestes 55 anos de nosso abençoado  convívio, ouvi Divaldo mencionar que, acima de tudo, queria falar de Jesus para as pessoas. Estava traçado, portanto, o mapa-mundi das palestras de Divaldo, que já pregou em 65 países nos cinco continentes.


Ele revê os detalhes de todas as programações, sempre antecipadamente  preparadas, sob a égide de Joanna de Ângelis, que  convida, inclusive, os Espíritos protetores de cada país, ensejando um  tempo para que transmitam mensagens, que Divaldo psicografa nos hotéis ou lares onde se hospeda, nos intervalos dos compromissos e atividades. Porque a missão transcende o plano físico e adentra o espaço espiritual de cada país.


            De repente, no rio das recordações, surge a Mansão do Caminho, e Divaldo sente, como outrora, a emoção do instante em que teve a visão extraordinária da obra, que seria um marco em sua vida. Ali estava ele, na vidência psíquica, idoso, cercado de crianças, vivendo por  antecipação o trabalho que deveria realizar, numa projeção mental realmente notável, que Joanna de Ângelis lhe proporcionou. Pouco tempo depois da visão, atendendo ao chamado, surge a Mansão do Caminho, no bairro Pau da Lima, na cidade do Salvador. O calendário assinala  o dia 15 de agosto de 1952.


            As cenas mentais que o fio da memória rebobinava, começam agora a se sobrepor e se misturam: viagens, países, livros psicografados, pessoas, público, auditórios superlotados; milhares de crianças na Mansão, que estudam, que crescem,  crianças que  nascem na Mansão e cujo primeiro choro é música celestial;  trabalhos dia e noite, reuniões mediúnicas, entrevistas, passes em enfermos, estudos contínuos, amigos, muitos amigos, multidão de amigos, conversas em várias línguas nas ruas do mundo, enquanto passa, qual cometa luminoso e itinerante; milhares de pessoas, milhões de pessoas, livros e livros, compromissos, Espíritos que desfilam através de sua mediunidade, dores que sua palavra aliviou, curas espirituais; Espíritos nobres que o cercam, movimento espírita, Dr. Bezerra de Menezes, Manoel  Philomeno de Miranda, Amélia Rodrigues – Joanna de Ângelis! E muito mais.


Divaldo se enternece. Olha através da janela os jardins floridos, o recanto de Joanna com suas frondosas árvores, as salas de aula, o ginásio de esportes, o ambulatório, onde médicos, dentistas e enfermeiros atendem ao bairro, a padaria, a creche A Manjedoura, o lar das idosas, a gráfica, as construções que foram surgindo, o Centro Espírita Caminho da Redenção, onde Nilson assinalou o pórtico  com o símbolo que relembra as mãos em oração, a lanchonete, a livraria, a enorme cozinha e todas as suas dependências, o lindo refeitório onde se reúnem os trabalhadores, as centenas de voluntários, o memorial, a campanha Auta de Souza, salas e mais salas para a administração desse imenso complexo que alguém denominou ( e realmente é) de A Mansão do Amor  e, por fim, e por enquanto, a Casa de Parto!... Pelas alamedas floridas, pelas ruas da Mansão paira a certeza de que é possível criar aqui na Terra um recanto de paz e fraternidade, no qual o pensamento de Jesus e sua mensagem de amor  estejam sendo vividos ali, a cada dia.


Parabéns, Divaldo Franco! Você faz aniversário mas quem recebe os presentes somos nós. Você vem e  entrega a cada um o mimo especial da sua presença, da sua palavra plena de sabedoria e amor,  sempre amiga e afetuosa  e dessa alegria irradiante que a todos contagia.  Quando você se despede e se vai para cumprir outros compromissos, o seu psiquismo perdura, numa vibração superior, deixando  em todos a sensação de um novo tempo, que começa agora.
No tempo sem tempo, Divaldo caminha, semeando estrelas, que brilham, que cintilam no seu rastro.
Suely Caldas Schubert e Divaldo Pereira Franco