". . . seria pretensioso dizer que o Espiritismo será o futuro das religiões, mas, certamente será a religião do futuro"

Divaldo Franco - "Viagens e Entrevistas"

"O Espiritismo é a âncora firme que nos sustenta nos mares revoltos destes dias tormentosos pelo qual passa o Planeta"

Joanna de Ângelis


segunda-feira, 30 de abril de 2012

Somente Hoje - Chico Xavier

Hoje a luz do presente 
Dia como este dia
Em toda a vida
Terás este somente
Recorda isso
E atende todo o bem que desejes fazer
Prestação de serviço em socorro de alguém
Atenção no dever
Felicidade e paz
Esperança e carinho
Que aspires a plantar em lances do caminho
Alegria, favor,
Dádivas que pretenda ofertar
Relações que precisa recompor
Gentilezas no lar
Trabalho, o mais singelo e aquele que mais custe revisão, reajuste, corrigenda, perdão, provas de estima e consideração
Apoio espiritual em simples frases nas tarefas que abraces e abençoes
Que nada disso atrases, nem deixes que fazer para depois
Por que o tempo não volta
Contando sempre aquilo que se fez
E dia igual a hoje, só terás uma vez
"Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado. Basta a cada dia a sua própria aflição" (Mateus, 6:34)

sábado, 28 de abril de 2012

Dia 1o. de maio é aniversário de Eurípedes Barsanulfo - Patrono da Casa Espírita Amor e Humildade!

Eurípedes Barsanulfo nasceu em 1.º de maio de l880 na cidade de Sacramento - MG.
Aprendeu a ler e escrever aos seis anos de idade, autodidata e inteligentíssimo, iniciou seu trabalho de educador no seio familiar, recebendo de seu pai o encargo de conduzir a educação dos irmãos. Começou a trabalhar aos seis anos de idade, teve uma infância difícil, cheia de dificuldades, porém foi uma criança feliz e atenciosa.
Foi um jovem saudável, centrado no bem e na cultura; dotado de um sentimento religioso profundo, tinha um coração cheio de bondade e afeiçoava-se muito aos animais e aos pássaros.
Em 1905 deu-se o encontro com a espiritualidade e com a Doutrina Espírita.
Dias depois Eurípedes foi com o tio em uma sessão, e o Dr. Bezerra de Menezes numa comunicação mediúnica falhou-lhe de sua missão e que seria amparado por Vicente de Paulo, seu Espírito protetor, que também se dirigiu a ele, explicando-lhe como seria a sua missão.
Abraça com amor a sua tarefa dentro da planificação de Jesus, sua mediunidade torna-se um eficiente instrumento da Espiritualidade Superior.
Assim foi sua vida, dedicação à cultura e à mediunidade a serviço dos sofredores, um apostolado de Amor e Caridade, exemplo de humildade e dedicação a Jesus.
Desencarnou em 1.º de novembro de 1918.

Fonte: Texto de Joanira Necas Soares



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terça-feira, 24 de abril de 2012

EUTANÁSIA



Eutanásia é definida como sendo a prática pela qual se abrevia, sem dor ou sofrimento, a vida de um enfermo incurável. 
A sua aplicação tem sido defendida em diversos países, tais como Bélgica e Holanda, sob o argumento de que só seria realizada em casos de doenças irreversíveis, quando o doente já se encontrasse em condições muito precárias de sobrevivência. 
Alguns alegam tratar-se de um ato piedoso, porque estaria sendo abreviado o sofrimento de um ser. 
Outros, ainda, afirmam que muito dinheiro estaria sendo economizado, já que qualquer recurso despendido para manter aquela vida seria inútil e, por conseqüência, um desperdício. 
Há aqueles, também, que afirmam ser tal conduta uma forma de alívio também para a família do doente que estaria demasiadamente onerada por tal situação. 
Tais posicionamentos, porém, demonstram de forma inequívoca a predominância do conceito materialista e total ignorância das realidades espirituais. 
Não cabe ao homem, em circunstância alguma, ou sob qualquer pretexto, o direito de escolher e deliberar sobre a vida ou a morte de seu próximo. 
Afinal, doenças tidas ontem como incuráveis podem ser resolvidas pela medicina moderna. 
E a ninguém é dado precisar o tempo de vida de um paciente, pois sabemos que esse tipo de prognóstico é muito duvidoso e, por vezes, equivocado. 
A ciência humana erra. 
Deus não erra nunca. 
Há muitas histórias de pessoas tidas como doentes terminais que sobrevivem à crise e superam a própria enfermidade, vivendo por muito tempo além do que lhe havia sido previsto. 
Além disso, essa falsa piedade atrapalha a terapêutica divina, nos processos redentores da reabilitação. 
A agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser, em verdade, um bem. 
Os desígnios de Deus são insondáveis e a ciência humana por demais precária para poder decidir a respeito de problemas transcendentes das necessidades do espírito. 
Cada minuto, em qualquer vida, é muito precioso para o espírito em resgate abençoado. 
Quantas resoluções nobres e decisões felizes ocorrem em um relance momentâneo? 
Desconhecemos as reflexões que o espírito pode fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe podem ser poupados em um relâmpago de arrependimento. 
A eutanásia, portanto, interrompe o processo de depuração em que se encontra o espírito encarnado, através da enfermidade, impondo-lhe sérias dificuldades inclusive no retorno ao plano espiritual. 
Ademais, alguns familiares que buscam tal recurso, na realidade, encontram-se apenas e indevidamente ansiosos por libertar-se do comprometimento e da responsabilidade de ajudar, sustentar e amar ainda mais. 
E no que diz respeito aos custos decorrentes dos longos tratamentos a que se submetem doentes terminais, resta-nos analisar o fato de que muito dinheiro é gasto de forma irresponsável, sustentando-se os mais variados vícios. 
Como então alegar que é desperdício gastar-se com remédios e procedimentos que podem, de alguma forma, buscar o restabelecimento de alguém que sofre? 
*** 
A postura do verdadeiro cristão deve ser sempre em favor da manutenção da vida e de respeito em relação aos desígnios de Deus. 
Compete-nos buscar não só minorar os sofrimentos de nossos irmãos, mas também, confiar na justiça e na bondade divina. 

(Fonte: Momento Espírita, com base nos livros Após a Tempestade, de Divaldo Franco, pelo Espírito Joanna de Angelis, cap. 14; O Consolador, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, perg. 70; O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. V, item 28; E quem tem medo da morte?, de Richard Simonetti. )

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Médium Divaldo Pereira Franco recebe título de cidadão de MG

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais concedeu título de cidadão honorário do Estado ao médium e educador Divaldo Pereira Franco, em Reunião Especial de Plenário na noite desta segunda-feira (16/4/12).O comprometimento social com as parcelas mais carentes da sociedade foi um dos aspectos da trajetória do homenageado que foram ressaltados pelos presentes na reunião.
O deputado Luiz Carlos Miranda (PDT), que solicitou a entrega do título, lembrou que Divaldo Pereira Franco dedicou 65 anos de sua vida à causa cristã e às crianças excluídas da periferia de Salvador (BA). Ao falar sobre o trabalho do homenageado, Miranda ainda lembrou que o médium tem mais de 600 filhos adotivos e atende diariamente a mais de três mil crianças e adolescentes de famílias de baixa renda. Além disso, segundo o parlamentar, mais de 35 mil jovens já passaram pela sua orientação, por meio de cursos e oficinas em sua obra social, Mansão do Caminho. O deputado ainda afirmou que a homenagem é também uma maneira de reconhecer o trabalho de outros espíritas mineiros, que atuam no anonimato, “educando os corações e as mentes de milhões de pessoas”.
Após receber o documento com o título de cidadão honorários mineiro das mãos dos deputados Luiz Carlos Miranda e Dilzon Melo (PTB), que representou o presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), Divaldo Pereira Franco agradeceu a homenagem, que, segundo ele, deve ser projetada principalmente à doutrina espírita e a seus propagadores. “Tentarei corresponder à expectativa, abraçado à doutrina espírita, que me tirou da ignorância e me apontou o outro lado da vida”, afirmou o médium.
Exemplo - Para o deputado Dilzon Melo, a atuação social de Divaldo, que se baseia na preocupação com os cidadãos mais desfavorecidos, serve de inspiração para a Assembleia, no seu propósito de efetivar políticas públicas que visam à erradicação da pobreza. Para o parlamentar, além de Divaldo ser um profundo conhecedor da doutrina espírita, é também uma pessoa que, por suas atitudes, “vem mostrando ao mundo a necessidade de se construírem relações mais justas, fraternas, dentro da perspectiva da paz”.
Durante a reunião, o público, que lotou o Plenário da Assembleia, assistiu a um vídeo sobre a trajetória da vida e do trabalho do educador e médium, e acompanhou a apresentação do Coral da Assembleia. Além de Luiz Carlos Miranda e Dilzon Melo, também participou da reunião o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).
Divaldo Pereira Franco nasceu em Feira de Santana (BA), em 5 de maio de 1927. Sua capacidade mediúnica se manifestou ainda na infância e, aos 20 anos, passou a proferir conferências no Brasil e no exterior. Somente em Minas Gerais, estima-se que ele já tenha feito 800 palestras.
Em 1952, Franco iniciou a obra social Mansão do Caminho, em Salvador (BA). Ao longo de sua vida, ele psicografou mais de 250 obras, vendendo mais de 8 milhões de livros.


Veja o vídeo acessando:
Fotos:
Divaldo Pereira Franco,  na tribuna,  recebeu o  titulo de Cidadão Mineiro

Divaldo Pereira Franco, em Belo Horizonte, recebendo o titulo de Cidadão Honorário Mineiro
Foto Lucas Milagre





terça-feira, 17 de abril de 2012

ANENCEFALIA E ESPIRITISMO

O homem tem o direito de interromper a vida humana? Até aonde vai o vínculo entre o Espírito e a matéria? O individuo é somente um aglomerado de células?
        A polêmica sobre a existência e a pré-existência do Espírito e o momento de sua concepção, em relação ao corpo físico, perturba a ciência, a religião e a filosofia terrena. Os indivíduos materialistas dizem que o homem é apenas um composto de matéria densa, iniciando a vida no berço e terminando no túmulo e nada mais.
        As religiões dogmáticas impõem e acreditam que "Deus" cria a alma a partir da concepção do fenômeno fisiológico, a filosofia divaga sobre ideias passageiras de acordo com os modismos criados por seus adeptos.
        Todos estes questionamentos, que assolam a mente humana, e dizem respeito ao nascimento, à vida, à morte e, principalmente, ao aborto provocam discussões acaloradas nas religiões.
        A ciência embriogenista identificou a presença no zigoto de registros ("imprints") mnemônicos próprios que evidenciam a riqueza da personalidade humana, manifestando-se, muito cedo, na embriogênese, ou seja, o zigoto e o embrião inicial são organismos humanos vivos, nos quais já estão pré-fixadas e determinadas todas as características do indivíduo adulto. Sendo assim, não dá para romper qualquer ponto da trajetória do zigoto, do feto, da criança, do adulto e do velho sem causar danos irreversíveis ao bem maior, que é a própria vida.
        Allan Kardec indaga dos Espíritos na questão 344: "Em que momento a alma se une ao corpo?" E a resposta em toda sua clareza é: "... desde o instante da concepção, o Espírito designado a habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico".
        Os Espíritos nos esclarecem na questão 360: "É racional ter pelos fetos o mesmo respeito que se tem pelo corpo de uma criança que tivesse vivido?” Resposta: "Em tudo isto vede a vontade de Deus e a sua obra, e não trateis levianamente as coisas que deveis respeitar".
        Quais são os motivos que nos levam à desistência dos nossos próprios semelhantes? Quais são os parâmetros da verdadeira felicidade? O que nos leva a definir o estereotipo perfeito? Por que descartamos seres indefesos como se fossem sucatas?
        A anencefalia (ausência de cérebro) hoje é um dos temas que nos faz pensar e indagar o porquê de tantos sofrimentos e diferenças, esta má-formação que resulta na ausência parcial do cérebro físico do bebê que está sendo gerado. Logo, sabemos que esses fetos possuem alguma estrutura do encéfalo, como o tronco encefálico, o diencéfalo e, em alguns casos, presença de hemisfério cerebral e córtex.
        O feto chamado erroneamente de "anencéfalo" tem preservada a parcela mais entranhada do encéfalo que é considerada pela ciência como cérebro primitivo; é o que controla atividades vitais do organismo como: batimentos cardíacos e capacidade de respirar por si próprio, ao nascer.
        Podemos citar o caso da recém-nascida chamada Marcela de Jesus Galante Ferreira. É um caso de anencefalia, tendo somente uma parte do encéfalo e o tronco cerebral; ela pesa 3,8 kg e mede 58 centímetros, batendo todos os recordes de sobrevivência e chegando a vários meses de vida. Esta criança virou um símbolo da luta pela vida. Interrogando a nossa consciência, questionamos: o que fazer nestes casos?
        Diz O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, na questão 347: "Que utilidade pode haver para um Espírito a sua encarnação num corpo que morre poucos dias após o nascimento? Resposta: "O ser não tem alta consciência de sua existência: a importância da morte é quase nula: como já o dissemos, é muitas vezes uma prova para os pais".
Também vem nos esclarecer a questão 355: "Há, como indica a ciência, crianças que desde o ventre da mãe não têm possibilidades de viver? E com que fim acontece isso?" Resposta: "Isto acontece frequentemente, e Deus o permite como prova, seja para os pais, seja para o Espírito destinado a encarnar".
        O aborto praticado para evitar o nascimento de uma criança portadora de anomalia física (malformações como os anencéfalos) ou psíquica, é chamado pela ciência de aborto eugênico ou eugenésico e seu significado etimológico é bom nascimento, do grego: eu (bem, bom, belo) + gênesis (geração, produção, criação).
        Alguns médicos que juraram proteger a vida humana defendem a realização do aborto eugenésico, principalmente nas ocorrências de malformação de fetos, naqueles que não tenham condições de sobreviver.
        Em O Livro dos Espíritos, na questão 359, a espiritualidade diz ser "preferível que se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe"; valendo somente se a vida da mãe corre perigo pela proximidade do parto.
        A ciência, a sociedade e os homens que regem as leis terrenas podem se comprometer e muito se permitirem o aborto no caso da anencefalia, em que o feto morre horas ou dias após o parto, quando não ocorre aborto espontâneo durante a gravidez. Será que não estamos arrumando uma desculpa ou uma justificativa para liberarmos o aborto?
        Os homens insistem em negar a verdade revelada pela Doutrina dos Espíritos, ensinando que o individuo não é somente um corpo de matéria orgânica animada, e sim um Espírito imortal, composto de um instrumento psicossomático para a sua evolução.
        O Espiritismo nos mostra que a malformação do feto está ligada a débitos anteriores da entidade reencarnante, e os pais muitas vezes colaboraram com a queda desta alma, tendo agora o compromisso de assumir os seus reajustes perante as leis divinas.
        O aborto eugênico ou eugenésico não deve ser praticado e nem incentivado em qualquer circunstância, é uma maneira que algumas pessoas encontraram de não assumir suas próprias responsabilidades, incluindo esta barbaridade na categoria dos abortos que não são delituosos nas reformas do código penal brasileiro.
        Na questão 358, novamente em O Livro dos Espíritos, os Espíritos nos dizem que o aborto é um crime, porque transgride as leis de Deus, seja a mãe – ou qualquer peço – cometerá um crime ao tirar a vida humana, impedindo a alma de passar pelas provas.
        Alguns Espíritos necessitados, com graves comprometimentos cármicos, principalmente o suicídio, buscam para o seu equilíbrio esse tipo de processo chamado anencefalia; são submetidos à ligação provisória com o embrião, e eles sentem a fusão do Espírito com a matéria, mesmo que seja rápido, e com o amor dos pais e, principalmente da mãe, readquirem pouco a pouco a inteira consciência, entorpecida às vezes anos a fio nas sombras da escuridão.
        O aborto criminoso tira a chance do individuo de apaziguar com sua própria consciência os dissabores criados em suas vidas anteriores, e o tratamento do Espírito para aliviar suas aflições é dado somente através da bendita reencarnação, reconstituindo o seu perispírito e refazendo com sua consciência o autoperdão e o amor-próprio sem o exagero do sentimento de culpa.
        Deus, sendo perfeito, não iria falhar no seu atributo de soberana bondade e justiça; o nascimento de criaturas disformes ou monstruosas, como o nascimento de seres com saúde e vigor, vem da célebre frase do Cristo: "A plantação é livre mais a colheita é sempre obrigatória".
     Antes de qualquer decisão a que venhamos tomar, cabe a todos nós seguir os ensinamentos cristãos do amor ao próximo e a nós mesmos, orando e vigiando, pedindo ao Criador que possa atuar da melhor maneira possível, oferecendo oportunidades de resgate e evolução para todos, como o filho pródigo que retorna à casa do pai.



sábado, 14 de abril de 2012

Flores para Marcela

A bela história de Marcela de Jesus Ferreira e sua família. Marcela foi diagnosticada com anencefalia. Sobreviveu 1 ano e 8 meses. Sua vida foi motivo de riqueza para a sua família e para a sociedade, que aprende a ser mais humana ao acolher os mais frágeis. 





O Supremo Tribunal Federal, em sessão concluída no dia 12 de abril, aprovou a liberação do aborto para casos de fetos anencefálicos. Uma comissão integrada por dirigentes da Federação Espírita Brasileira, Associação Médico Espírita do Brasil e Associação dos Juristas Espíritas do Brasil, visitou o gabinete de todos os ministros do STF nos dias 9 e 10 de abril, levando um Memorial contendo argumentações jurídicas, médicas e espíritas em defesa da vida, e acompanhou a citada Sessão Plenária. Independentemente da decisão do STF, informamos que prossegue o trabalho educativo, no sentido de se valorizar a vida em todas suas etapas, e de esclarecimento a respeito das leis que emanam do Criador e regem a nossa vida, procurando contribuir com o aperfeiçoamento moral e espiritual da população.

Brasília, 13 de abril de 2012

Federação Espírita Brasileira, Associação Médico Espírita do Brasil e Associação Jurídico Espírita do Brasil.


Fonte: http://www.febnet.org.br

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Matar o Tempo


Em sua Epístola aos romanos, Paulo de Tarso discorre sobre a importância do tempo.
Segundo ele aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.
Ou seja, quem desvaloriza o dia que vive mostra ingratidão para com Deus.
A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem os que efetivamente abusam dessa concessão Divina.
Julgam que a riqueza de todos os benefícios lhes é devida por Deus.
Sentem-se na posição de credores do Universo.
Contudo, fariam bem em interrogar suas consciências quanto ao motivo de semelhante presunção.
A criação universal constitui um patrimônio comum, outorgado por Deus aos Seus filhos.
Consequentemente, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida.
Ocorre que essas possibilidades constituem um investimento da Divindade no bem-estar coletivo.
Quem as recebe fica na condição de depositário.
Necessita utilizá-las a benefício próprio e alheio.
Ao reencarnar na Terra, o homem é investido na condição de usufrutuário de variados tesouros.
Mediante seu uso sóbrio e útil, deve providenciar seu aperfeiçoamento espiritual.
Sendo a vida eterna, o homem sempre disporá de algum tempo.
Mas o que representa o tempo se ele estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde e sem trabalho?
São raros os que valorizam o dia, em suas infinitas possibilidades.
Os que trabalham com seriedade, perdoam, tecem conversações sadias, cuidam de ser agentes da paz e do progresso.
Em toda parte se multiplicam as fileiras dos que procuram aniquilar o dia.
A velha expressão popular matar o tempo evidencia o descaso com que esse tesouro é tratado.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas.
São horas gastas em passatempos inúteis.
Jogos viciantes, conversações nocivas, leituras que não edificam...
No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação constitui um bem de valor infinito.
Mediante o agir humano as Leis Divinas se revelam e executam no mundo.
Quem logra se tornar instrumento delas cresce em paz e harmonia.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que tempo é dinheiro.
Entretanto, os homens, vida após vida, têm de recomeçar obras inacabadas.
Eles fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores da evolução terrestre, o abuso das oportunidades complica os caminhos da vida.
Entretanto, desde muitos séculos, o Apóstolo afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Cap. 1, do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Nossos Talentos


Quais são os nossos talentos? Esta pergunta é algo que vale a pena fazermos para nós mesmos.
Há quem diga que não os tem, que não consiga fazer nada direito, que não tem nada para oferecer de bom.
Há outros que imaginam que talento é algo para pessoas especiais, predestinadas. Que são poucos aqueles que efetivamente têm algum.
Se analisarmos detidamente, conseguiremos perceber que todos nós, de alguma forma, temos talentos.
Alguns têm inteligência privilegiada e, logo mostram seu talento na capacidade pensante, nos raciocínios lógicos, nas deduções brilhantes.
Outros são talentosos no trato com as pessoas. Conseguem travar conversa agradável com quem quer que seja, apresentam sempre uma palavra amiga, um comentário feliz.
Há outros que têm talento inegável na profissão que escolhem. Realizam-na com prazer e dedicação, produzem com esmero e qualidade, oferecendo sempre o melhor, o inusitado, o surpreendente.
Mesmo em situações que muitos não dão a importância devida, há muito talento se expressando.
A dona de casa, embora muitas vezes sem reconhecimento, é quem, com muito talento, administra o orçamento, planeja o cardápio, gerencia o asseio do lar. Isso, sem talento, seria sempre tarefa incompleta ou mal feita...
Dispomos de potencialidades, capacidades que podemos utilizar como instrumentos de contribuição para a sociedade em que vivemos.
Quantas histórias não escutamos sobre maestros, músicos, artistas que multiplicam seu talento em atividades sociais, comunitárias, ensinando a crianças e jovens as belezas de sua arte.
Quantos não são os professores que, talentosos, sabem honrar seu ofício, indo além do dever profissional que lhes cabe, sendo mestres a conduzir mentes, a construir cidadãos, a forjar positivamente caracteres.
Há, e não são poucos, executivos talentosos que, amealhando grandes somas graças à sua inegável capacidade de negócios, utilizam seu dinheiro para fazer o bem , produzir o bom e o belo, conscientes de que de nada valeria guardar em frios cofres o resultado monetário dessa sua potencialidade.
Não importa em que ou quanto somos bons, quais os nossos talentos.
Sempre haverá a possibilidade de multiplicá-los, de fazê-los crescer e produzir frutos em benefício de tantos.
*   *   *
Assim, ao percebermos os talentos de que dispomos, aproveitemo-los para que possam beneficiar o meio em que estivermos.
Madre Tereza de Calcutá usou do seu talento de amar ao próximo para modificar as paisagens do planeta. Albert Einstein não poupou seu talento para que a Ciência ganhasse novos horizontes.
Porém, se ainda não conseguimos acessar capacidades dessa magnitude, façamos aquilo que já nos cabe. Talvez não modifiquemos a história do mundo, nem consigamos deixar nosso nome marcado nos compêndios da ciência ou da arte.
Mas valerá a pena se, com nosso talento, pudermos contribuir para que uma vida se faça melhor, que o dia de alguém se torne mais suave, ou que a estrada de algum outro possa ter, ao menos, uma flor a mais plantada, adornando o seu caminhar.

Redação do Momento Espírita.
Em 04.04.2012.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Lenda da Caridade

Diz interessante lenda do Plano Espiritual que, a princípio, no mundo se espalharam milhares de grupos humanos, nas extensas povoações da Terra.


O Senhor endereçava incessantes mensagens de paz e bondade às criaturas, entretanto, a maioria de desgarrou no egoísmo e no orgulho.


A crueldade agravava-se, o ódio explodia...


Diligenciando solução ao problema, o Celeste Amigo chamou o Anjo Justiça que entrou, em campo e, de imediato, inventou o sofrimento.


Os culpados passaram a resgatar, os próprios delitos, a preço de enormes padecimentos.


O Senhor aprovou os métodos da Justiça que reconheceu indispensáveis ao equilíbrio da Lei, no entanto, desejava encontrar um caminho menos espinhoso para a transformação dos espíritos sediados na Terra, já que a dor deixava comumente um rescaldo de angústia a gerar novos e pesados conflitos.


O Divino Companheiro solicitou concurso ao Anjo Verdade que estabeleceu, para logo, os princípios da advertência.


Tribunas foram erguidas, por toda parte, e os estudiosos do relacionamento humano começaram a pregar sobre os efeitos do mal e do bem, compelindo os ouvintes à aceitação da realidade.


Ainda assim, conquanto a excelência das lições propagadas repontavam dúvidas em torno dos ensinamentos de virtude, suscitando atrasos altamente prejudiciais aos mecanismos da elevação espiritual.


O Senhor apoiou a execução dos planos ideados pelo Anjo da Verdade, observando que as multidões terrestres não deveriam viver ignorando o próprio destino.


No entanto, a compadecer-se dos homens que necessitavam reforma íntima sem saberem disso, solicitou cooperação do Anjo do Amor, à busca de algum recurso que facilitasse a jornada dos seus tutelados para os Cimos da Vida.


O novo emissário criou a caridade e iniciou-se profunda transubstanciação de valores.


Nem todas as criaturas lhe admitiam o convite e permaneciam, na retaguarda, matriculados ns tarefas da Justiça e da Verdade, das quais hauriam a mudança benemérita, em mais longo prazo, mas todas aquelas criaturas que lhe atenderam as petições, passaram a ver e auxiliar doentes obsessos, paralíticos e mutilados, cegos e infelizes, os largados à rua e os sem ninguém.


O contato recíproco gerou precioso câmbio espiritual.


Quantos conduziam alimento e agasalho, carinho e remédio para os companheiros infortunados recebiam deles, em troca, os dons da paciência e da compreensão, da tolerância e da humildade e, sem maiores obstáculos, descobriram a estrada para a convivência com os Céus.


O Senhor louvou a caridade, nela reconhecendo o mais importante processo de orientação e sublimação, a benefício de quantos usufruem a escola da Terra.


Desde então, funcionam, no mundo, o sofrimento, podando as arestas dos companheiros revoltados: a doutrinação informando aos espíritos indecisos quanto às melhores sendas de ascensão às Bênçãos Divinas; e a caridade iluminando a quantos consagram ao amor pelos semelhantes, redimindo sentimentos e elevando almas, porque, acima de todas as forças que renovam os rumos da criatura, nos caminhos, humanos, a caridade é a mais vigorosa, perante Deus, porque é a única que atravessa as barreiras da inteligência e alcança os domínios do coração.


Chico Xavier - Meimei

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Filme E A Vida Continua... será lançado em agosto!


A 2ª edição do Festival de Cinema Transcendental (26 a 29 de março) contou com exibição de filmes abordando o gênero voltado para a solidariedade e religiosidade. Área Q que estreia nacionalmente no dia 13 de abril e E A Vida Continua... de Paulo Figueiredo (diretor) e Oceano Vieira de Melo (produtor), participaram da programação que contou, ainda, com premiação de curta-metragem. Entre os vencedores do evento, Victor Hugo Silva recebeu destaque com o curta "Mediunidade Descoberta". 

Paulo Figueiredo e Oceano de Melo que lançarão a obra cinematográfica citada, baseada do livro ditado por André Luiz e psicografado por Chico Xavier, em agosto, estiveram presentes no último dia de espetáculo, juntamente com o presidente da FEB, Nestor João Masotti e o vice-presidente Antonio Cesar Perri.

Fonte: Boletim Eletronico da FEB - Abril 1




Ação da prece


A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade de Deus.
O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.
A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. E assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados.
Essa explicação vai, sobretudo, com vistas aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar-lhe inteligíveis os efeitos, mostrando que pode exercer ação direta e efetiva. Nem por isso deixa essa ação de estar subordinada à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único apto a torná-la eficaz.


KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br  

terça-feira, 3 de abril de 2012

Pedro, o Apóstolo


Enquanto a Capital dos mineiros, dirigida pelos seus elementos eclesiásticos, se prepara, esperando as grandes manifestações de fé do segundo Congresso Eucarístico Nacional, chegam os turistas elegantes e os peregrinos invisíveis. Também eu quis conhecer de perto as atividades religiosas dos conterrâneos de Augusto de Lima.
 Na Praça Raul Soares, espaçosa e ornamentada, vi o monumento dos congressistas, elevando-se em forma de altar, onde os altos religiosos serão celebrados. No topo, a custódia, rodeada de arcanjos petrificados, guardando o símbolo suave e branco da eucaristia, e, cá em baixo, nas linhas irregulares da terra, as acomodações largas e fartas, de onde o povo assistirá, comovido, às manifestações de Minas católica.
 Foi nesse ambiente que a figura de um homem trajado à israelita, lembrando alguns tipos que em Jerusalém se dirigem, freqüentemente, para o lugar sagrado das lamentações, aguçou a minha curiosidade incorrigível de jornalista.
 - Um judeu?! – exclamei, aguardando as novidades de uma entrevista.
 - Sim, fui judeu, há algumas centenas de anos – respondeu laconicamente o interpelado.
 Sua réplica exaltou a minha bisbilhotice e procurei atrair a atenção da singular personagem.
 - Vosso nome? – continuei.
 - Simão Pedro.
 - O Apóstolo?
 E a veneranda figura respondeu afirmativamente, colando ao peito os cabelos respeitáveis da barba encanecida.
 Surpreso e sedento da sua palavra, contemplei aquela figura hebraica, cheia de simplicidade e simpatia. Ao meu cérebro afluíam centenas de perguntas, sem que pudesse coordená-las devidamente.
 - Mestre – disse-lhe, por fim -, Vossa palavra tem para o mundo um valor inestimável. A cristandade nunca vos julgou acessível na face da Terra, acreditando que vos conserváveis no Céu, de cujas portas resplandecentes guardáveis a chave maravilhosa. Não teríeis algumas mensagens do Senhor para transmitir à Humanidade, neste momento angustioso que as criaturas estão vivendo?
 E o Apóstolo venerável, dentro da sua expressão resignada e humilde, começou a falar:
 - Ignoro a razão por que revestiram a minha figura, na Terra, de semelhantes honrarias. Como homem, não fui mais que um obscuro pescador da Galiléia e, como discípulo do Divino Mestre, não tive a fé necessária nos momentos oportunos. O Senhor não poderia, portanto, conferir-me privilégios, quando amava todos os seus apóstolos com igual amor.
 - É conhecida, na história das origens do Cristianismo, a vossa desinteligência com Paulo de Tarso. Tudo isso é verdadeiro?
 - De alguma forma, tudo isso é verdade – declarou bondosamente o Apóstolo. – Mas, Paulo tinha razão. Sua palavra enérgica evitou que se criasse uma aristocracia injustificável, que, sem ele, teria que desenvolver-se fatalmente entre os amigos de Jesus, que se haviam retirado de Jerusalém para as regiões da Batanéia.
 - Nada desejais dizer ao mundo sobre a autenticidade dos Evangelhos?
 - Expressão autêntica da biografia e dos atos do Divino Mestre, não seria possível acrescentar qualquer coisa a esse livro sagrado. Muita iniqüidade se tem verificado no mundo em nome do estatuto divino, quando todas as hipocrisias e injustiças estão nele sumariamente condenadas.
 - E no capítulo dos milagres?
 - Não é propriamente milagre o que caracterizou as ações práticas do Senhor. Todos os seus atos foram resultantes do seu imenso poder espiritual. Todas as obras a que se referem os Evangelistas são profundamente verdadeiras.
 E, como quem retrocede no tempo, o Apóstolo monologou:
 - Em Carfanaum, perto de Genesaré, e em Betsaida, muitas vezes acompanhei o Senhor nas suas abençoadas peregrinações. Na Samaria, ao lado de Cesaréia de Felipe, vi suas mãos carinhosas dar vistas aos cegos e consolação aos desesperados. Aquele sol claro e ardente da Galiléia ainda hoje ilumina toda a minha alma e, tantos séculos depois de minhas lutas no mundo, ao lado de alguns companheiros procuro reivindicar para os homens a vida perfeita do Cristianismo, com o advento do Reino de Deus, que Jesus desejou fundar, com o seu exemplo, em cada coração...
 - Os filósofos terrenos são quase unânimes em afirmar que o Cristo não conhecia a evolução da ciência grega, naquela época, e que as suas parábolas fazem supor a sua ignorância acerca da organização política do Império Romano: seus apóstolos falam de reis e príncipes que não poderiam ter existido.
 - A ação do Cristo – retrucou o Apóstolo – vai mais além que todas as atividades e investigações das filosofias humanas. Cada século que passa imprime um brilho novo à sua figura e um novo fulgor ao seu ensinamento. Ele não foi alheio aos trabalhos do pensamento dos seus contemporâneos. Naquele tempo, as teorias de Lucrécio, expandidas alguns anos antes da obra do Senhor, e as lições de Filon em Alexandria, eram muito inferiores às verdades celestes que Ele vinha trazer à Humanidade atormentada e sofredora...
 E, quando a figura venerada de Simão parecia prestes a prosseguir na sua jornada, inquiri, abruptamente:
 - Qual o vosso objetivo, atualmente, no Brasil?
 - Venho visitar a obra do Evangelho aqui instituída por Ismael, filho de Abraão e de Agar, e dirigida dos espaços por abnegados apóstolos da fraternidade cristã.
 - E estais igualmente associado às festas do segundo Congresso Eucarístico Nacional? – perguntei.
 Mas, o bondoso Apóstolo expressou uma atitude de profunda incompreensão, ao ouvir as minhas derradeiras palavras.
 Foi quando, então, lhe mostrei o rico monumento festivo, as igrejas enfeitadas de ouro, os movimentos de recepção aos prelados, exclamando ele, afinal:
 - Não, meu filho!... Esperam-me longe destas ostentações mentirosas os humildes e os desconsolados. O Reino de Deus ainda é a promessa para todos os pobres e para todos os aflitos da Terra. A Igreja romana, cujo chefe se diz possuidor de um trono que me pertence, está condenada no próprio Evangelho, com todas as suas grandezas bem tristes e bem miseráveis. A cadeira de São Pedro é para mim uma ironia muito amarga... Nestes templos faustosos não há lugares para Jesus, nem para os seus continuadores...
 - E que sugeris, Mestre, para esclarecer a verdade?
 Mas, nesse momento, o Apóstolo venerando enviou-me um gesto compassivo e piedoso, continuando o seu caminho, depois de amarrar, resignadamente, o cordão das sandálias.

Do livro: Crônicas de Além Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Humberto de Campos

segunda-feira, 2 de abril de 2012

PERDA DE AMORES


Perdi meu filho! Perdi minha filha!


Estas são expressões lacrimosas de pais vestidos de dor, pela morte dos seus filhos.


A lógica humana pondera que os pais devam morrer antes dos filhos. Seria a ordem natural das coisas. - Comenta-se.


No entanto, a vida tem suas próprias diretrizes e não segue a lógica que se lhe tenta determinar.


Cada ser tem seu tempo certo de vida. Seu momento de partir.


Cada criatura traz, ao nascer, a programação que estabelece o quantum de anos deva transitar sobre a Terra.


Por isso, inúmeras vezes, partem antes os filhos do que seus pais.


Isso sem se falar das mortes que ocorrem por conta e risco da imprudência, dos desatinos, das inconsequências mundanas.


De toda forma, o  processo de separação pela morte é extremamente doloroso, na Terra.


Acostumados à vestimenta carnal, grosseira, impedidos de ver o mundo invisível, que nos cerca, choramos a ausência dos que nos disseram o grande adeus, na aduana da morte.


Chorando e lamentando, falamos de perda. Mas, como escreveu José Saramago: Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.


Eis o ponto. Ninguém perde ninguém. Os filhos nos são confiados à guarda pela Divindade. Os pais nos são oferecidos como portos de segurança.


Cada pessoa que nos conquista a afeição pode permanecer conosco um tempo mas, bem poderá ser convidada ao retorno, antes d e nós.


Compete-nos, portanto, estarmos preparados a fim de que não detenhamos as lutas porque alguém se foi. Não nos vistamos de crepe porque a morte arrebatou o ser amado do nosso lado.


Sobretudo não utilizemos palavras como perda, pois que o que se verifica é a ausência da presença física.


Os que partem prosseguem nutrindo por nós os mesmos sentimentos.


Se nos amam, envolvem-nos com seus abraços espirituais de forma constante. De onde se encontrem, trabalha ndo no bem, crescendo no progresso, nos enviam suas mensagens de luz.


Aguardam-nos, a cada noite, o desprendimento do corpo para dialogarem conosco mais intensamente. E nos abençoam as lembranças, fazendo-nos tudo recordar como um delicado sonho, ao despertar.


Alegram-se com nossas conquistas. Fazem-se presentes em nossas festividades e nos enxugam as lágrimas, nos dias de desolação.


Alimentam a nossa saudade com suas sutis presenças e, vez ou outra, espalham o perfume do seu amor, causando-nos doces emoções.


Incentivam-nos nas lutas de cada dia e aguardam, paciente e amorosamente, que os anos transcorram a fim de que se processe o reencontro.


Eles nos disseram Até logo mais, não Adeus.


Afetos ausentes. Não perdidos, nem desaparecidos.


Pensemos nisso e reformulemos nossos pensamentos e palavras.


Redação do Momento Espírita.
Em 02.04.2012

Conte Comigo.... - Allan Kardec

Conte comigo, mesmo sem contar a mim tanta coisa que lhe pesa no coração, que lhe amargura e resseca o fundo d'alma.
Conte, nas horas mais abandonadas da vida, quando o olhar, vagando em derredor, só divisar deserto.
Conte comigo, mesmo sem vontade de contar com ninguém ou certo de que não vale a pena contar com mais ninguém, nesta vida.
Conte comigo, devagarinho, deixando que a boa vontade vá dizendo, sem nada forçar, à medida em que acreditar.
Conte, durante as agonias, que, de um tempo para cá, não deixam em paz seu cansado coração, pois o bom da vida consiste em encontrar um amigo.
Conte, nas horas inesperadas, quando as tempestades despregam repentinas e tombam por cima da sua cabeça triste.
Conte comigo, para re-aprender a cantar, durante a vida, e a viver de serenas e pequeninas felicidades.
Conte comigo, para eu ajudá-lo a ter rosto bom e quieto, ao menos na presença dos filhinhos menores, que vivem dos rostos abertos.
Conte, para auxiliá-lo no amargo carregamento da cruz.
Conte comigo, para ficar sabendo, de experiência, que há na vida muita coisa linda, coisa escondida, prêmio de quem se venceu na dor.
Conte, para triunfar, no ritmo vagaroso do dever, na cadência da paz diária, aprendendo a teimar com as teimas da vida madrasta.
Conte, que são largos os caminhos da vida, esperando os passos duplos de dois amigos que vão, na direção da conversa.
Conte comigo, para saber olhar ao alto, buscando a face de um Pai.
Conte, mesmo para não se entregar aos desânimos e desencantos, de quem anda cheia da vida, do começo ao fim.
Conte comigo, que venceremos juntos, anjo da guarda com seu pupilo.
Conte, que a vida tem ser bela, criando nós as belezas, de dentro para fora, obrigação do coração, missão da Fé.
Conte comigo, conte sempre, teimando com você mesmo, que não quer saber de mais nada, ofendido que foi, descrente que anda.
Conte quando, olhando para a frente, não sente vontade de andar; olhando para trás, tem medo do caminho que andou.
Conte comigo, para que tenha valor e beleza cada passo seu, cada dia da vida, cada hora dentro de cada dia.
Conte, conte mesmo, sabendo que Deus me deu a missão de fazer companhia aos desacompanhados corações dos homens.

Clube do Livro: Os livros deste mês são...

Poderá escolher entre "Ternura e Desejo" ou "A Saga de Estêvão", vejam as sinopses:



Ternura e Desejo - Rita Foelker

Seis pessoas, em busca de felicidade e realização profissional, enfrentam suas próprias fragilidades com as forças que encontram dentro de si mesmos, e também na amizade sincera de seres deste e do "outro mundo". Ternura, desejo, sensualidade, dedicação e afeto surgirão em seus caminhos. E cada qual escolherá a direção a seguir.







A saga de Estêvão - Marcio Lopes
Estêvão é filho de uma família de classe média alta e sempre teve tudo aquilo que desejasse. Seu pai é um médico que dedicou a vida toda ao próximo, e apesar de todo o esforço para lhe ensinar os valores morais. Sempre protegido e incentivado pela mãe, segue a carreira profissional do pai, mas não os exemplos. Usando a profissão, comete crimes em nome do amor, destrói lares e pessoas em seus sentimentos. Pratica maldades em nome de uma falsa verdade; a dele. Em sua busca incansável pelos prazeres terrenos, nem imagina que as Leis Divinas são eternas e implacáveis.