". . . seria pretensioso dizer que o Espiritismo será o futuro das religiões, mas, certamente será a religião do futuro"

Divaldo Franco - "Viagens e Entrevistas"

"O Espiritismo é a âncora firme que nos sustenta nos mares revoltos destes dias tormentosos pelo qual passa o Planeta"

Joanna de Ângelis


sábado, 29 de setembro de 2012

Maneiras de Dizer as Coisas

Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa feita, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.
Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.
Que desgraça, senhor! Exclamou o adivinho.
Cada dente caído representa a perda de um parente de Vossa Majestade.
Mas que insolente! - gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites.
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.
Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho.
E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
Lembre-se, meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer.
* * *
Um dos grandes desafios da Humanidade é aprender a arte de comunicar-se.
Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.
Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.
A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta.
Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade.
A embalagem, nesse caso, é a indulgência, o carinho, a compreensão e, acima de tudo, a vontade sincera de ajudar a pessoa a quem nos dirigimos.
Ademais, será sábio de nossa parte se antes de dizer aos outros o que julgamos ser uma verdade, dizê-la a nós mesmos diante do espelho.
E, conforme seja a nossa reação, podemos seguir em frente ou deixar de lado o nosso intento.
Importante mesmo é ter sempre em mente que o que fará diferença é a maneira de dizer as coisas...
* * *
A sublime arte da comunicação foi sabiamente ensinada por Jesus.
Ele falava com sabedoria tanto aos Doutores da Lei quanto às pessoas simples e iletradas.
Há pessoas que se dizem bons comunicadores mas que não conseguem fazer com que suas palavras cheguem aos corações e às mentes.
Jesus, o comunicador por excelência, falava e Suas palavras calavam fundo nas almas, porque aliava às palavras os Seus atos, ou seja, falava e exemplificava com a própria vivência.
O grande segredo para uma boa comunicação, portanto, é o exemplo de quem fala.

Redação do Momento Espírita

A Saudade...

Vencido pela profunda angústia da minha mágoa, despertei quando o jovem rosto da manhã adornado de luz e o mar de nuvens viajeiras, me convidaram para o banquete do dia.

Levantei e percebi que não fora um pesadelo... A presença da sua ausência era a mais pura e triste realidade...
Não sei dizer ao certo se é a presença da ausência ou a ausência da presença ou, talvez seja, simplesmente, saudade...
Lá fora tudo respirava perfume e os braços do vento, carregando o pólen da vida, cantavam nos ramos do arvoredo delicada canção...
Saí a correr, tentando fugir da furna escura dos meus padecimentos.
A presença invisível do bem-amado fazia-me arder em febre de ansiedade, enquanto os pés ligeiros das horas corriam à frente impondo-me fadiga e desconforto...
Embriagado pela saudade, meu ser ansiava pela paz...
Em vão tentei exaurir as forças para livrar-me da dor, mas não lograva libertar-me do punhal da melancolia cravado no coração, e da lembrança da sua ausência...
Quando, enfim, a tarde se escondeu no longe das montanhas altaneiras, outra vez tombei em mim mesmo, extenuado e só...
Naquele momento desejei que o Todo Poderoso me dominasse com os fortes recursos da Soberana Misericórdia, livrando-me de mim mesmo...
Parecia que não mais suportaria o espinho da saudade cravado em meu peito, já dorido e exausto...
A ausência da sua presença queimava as fibras mais sutis da minha alma.
E a presença da sua ausência feria-me o coração dilacerado e só...
A noite devorou o dia e, ao escancarar a sua boca negra, mostrou a primeira estrela engastada no manto escuro, vencendo as sombras...
Minutos depois, miríades de astros brilhantes compuseram o diadema da vitória total da luz...
Só então, solitário e meditativo, compreendi como a minha canção de dor chegara ao ouvidos do Criador, que me respondeu em vibrações fulgurantes de esperanças à distância...
Só então compreendi que não há escuridão que resista a um simples raio de luz, e decidi acender a chama da esperança em minha alma.
E, só então, pude ouvir o Sublime Cancioneiro do silêncio e Suas melodias repletas de sons e paz, convidando-me a confiar em Seu infinito poder e entregar-me aos braços suaves da esperança...
* * *
Se o manto escuro da saudade pesa sobre os seus ombros, ilumine-se com as pérolas da oração sincera em favor do bem-amado que partiu.
Preencha a ausência da presença com a lembrança dos momentos compartilhados nas horas alegres, e confie no reencontro feliz.
Redação do Momento Espírita

domingo, 23 de setembro de 2012

Eu Voltarei...


De Cora Coralina, grande poetisa do Estado de Goiás, retiramos a seguinte peça literária:
Eu voltarei.
Meu companheiro de vida será um homem corajoso de trabalho, servidor do próximo, honesto e simples, de pensamentos limpos.
Seremos padeiros e teremos padarias. Muitos filhos à nossa volta.
Cada nascer de um filho será marcado com o plantio de uma árvore simbólica.
A árvore de Paulo, a árvore de Manoel, a árvore de Ruth, a árvore de Roseta.
Seremos alegres e estaremos sempre a cantar.
Nossas panificadoras terão feixes de trigo enfeitando suas portas, teremos uma fazenda e um horto florestal.
Plantaremos o mogno, o jacarandá, o pau-ferro, o pau-brasil, a aroeira, o cedro.
Plantarei árvores para as gerações futuras.
Meus filhos plantarão o trigo e o milho, e serão padeiros.
Terão moinhos e serrarias e panificadoras.
Deixarei no mundo uma vasta descendência de homens
e mulheres, ligados profundamente ao trabalho e à terra que os ensinarei a amar.
E eu morrerei tranquilamente dentro de um campo de trigo ou milharal, ouvindo ao longe o cântico alegre dos ceifeiros.
Eu voltarei...
A pedra do meu túmulo será enfeitada de espigas de trigo e cereais quebrados.
Minha oferta póstuma às formigas que têm suas casinhas subterra, e aos pássaros cantores que têm seus ninhos nas altas e floridas frondes.
Eu voltarei...
* * *
Todos nós, certamente voltaremos a este chão, ou a outro qualquer deste Universo infinito...
A reencarnação é Lei Divina, e todos estamos sujeitos a ela, querendo ou não, tendo consciência disso ou ainda não.
O Criador nos dá a chance de continuar, em próxima existência, aquilo que nesta não pudemos lograr.
O Criador abre sempre a porta do arrependimento, da oportunidade da reparação àqueles que desejam volver aos braços seguros do amor.
Se porventura, na existência atual, teus sonhos maiores parecerem ser arrancados de teu coração, confia em Deus.
Se vês teus planos de felicidade partirem para longe, embarcados nas caravelas da enfermidade, do sofrimento profundo, segue confiando em Deus.
Se percebes que ainda não lograrás, nesta vida, a alegria que planejaste no imo de teu coração, para ti e para os teus, tem calma e confia em Deus.
Vê a lida atual apenas como capítulo breve da grande obra do teu existir como Espírito imortal.
Guarda teus sonhos e resiste à dor, sem amargura, sem revolta, compreendendo que é o abraço apertado do sofrer que nos faz mais fortes, e mais preparados para merecer e conquistar a ventura maior.
Tem certeza que o sol volverá, o sorriso ressurgirá, e que tu também, viajor universal do tempo, voltarás!

Redação do Momento Espírita

sábado, 15 de setembro de 2012

Despertemo-nos! Texto de Alkíndar de Oliveira

[Extraído do livro DESENVOLVIMENTO ESPÍRITA, Editora Truffa]

“Divulgar o Espiritismo por todos os meios e modos dignos ao alcance é tarefa
prioritária.” Bezerra de Menezes, médium Divaldo Franco (Reformador/JAN-05)

Percebe-se de forma clara que começam a surgir no meio espírita, expressivo número de dirigentes e trabalhadores que abriram os olhos à importância premente da divulgação espírita além-paredes. Por exemplo, em Fortaleza-CE já se tornou tradição o TEATRO TRANSCENDENTAL, que é um evento anual aberto ao público, produzido por espíritas e dirigido com alta qualidade técnica e artística. Em eventos como esse, subliminarmente – e também diretamente – os princípios espíritas são divulgados aos não-espíritas.
Peças teatrais espíritas de grande qualidade artística percorrem todo nosso País.
Filmes espíritas começam a surgir. A mídia impressa descobre o Espiritismo.
Disse o espírito Marcelo Ribeiro (pelas mãos de Divaldo Franco): “O Espiritismo
é o antídoto eficiente e rápido para os males que grassam, na Terra, derruindo o materialismo e promovendo a vida”. Esta afirmação nos alerta que a divulgação dos princípios espíritas é um dos focos mais urgentes de nossa seara, como também reforça o amável irmão e mestre Bezerra de Menezes na introdução deste texto.
Se começa a surgir um número expressivo de seareiros abraçando a tarefa de divulgar o Espiritismo a quem não o conhece, por outro lado, ainda é muito maior o número de dirigentes e trabalhadores que não têm essa visão. Lembro-me quando um amigo espírita alertou-me dizendo que “nós espíritas estamos falando para nós mesmos”. Este comentário me fez abrir os olhos – pela primeira vez – a essa realidade! O fato é que fazemos palestras para espíritas, congressos para espíritas, eventos para espíritas. Em contrapartida, Kardec deixa claro que, além do objetivo essencial do Espiritismo (que é o nosso desenvolvimento espiritual), ele – o Espiritismo – veio para propiciar as bases para uma nova sociedade. O desafio é: como formaremos uma nova sociedade se continuarmos falando para nós mesmos?
Você sabia, caro leitor, que nos Estados Unidos – um país não-espírita – são
proferidas mais palestras sobre reencarnação abertas ao público do que no Brasil, que é o maior país espírita do mundo? Será que não nos está faltando ousadia para quebrarmos os limites físicos dos nossos Centros Espíritas e levarmos a mensagem espírita além-paredes?
Atualmente ficamos felizes por saber que grandes livrarias têm geralmente uma seção de livros espíritas. O que é bom. Mas o ideal é que além desta seção, os livros de alta vendagem – do espírito Emmanuel, por exemplo – ficassem também expostos nas bancas principais das livrarias, isto é, naqueles espaços onde estão os livros destaque de diversos segmentos e temas. O que estamos fazendo para isto ocorrer?
Na ausência de nossa atuação eficaz na divulgação espírita aos não-espíritas, a espiritualidade toma a iniciativa de fazer sua parte. Por exemplo: induz não-espíritas a produzirem sérias reportagens em revistas de grande circulação como VEJA, ÉPOCA e ISTO É; a produzirem novelas com cunho espírita no canal de maior audiência do País (TV Globo); a produzirem filmes sobre temas espíritas, com sucesso mundial, vindos do país com maior capacidade técnica e diretiva de filmagens (os Estados Unidos). A espiritualidade está atuando. E nós, o que estamos fazendo em relação à divulgação aos não-espíritas? Continuaremos falando para nós mesmos? Insistiremos em fazer Congressos para nós mesmos?
Algo auspicioso na direção da divulgação, é o fato de espíritas brasileiros terem iniciado a confecção de filmes com teor espírita.
A seguir algumas informações com o propósito de estimular o movimento espírita brasileiro agir com ainda mais ousadia.

a) Allan Kardec nos orienta a fazermos publicidade nos jornais mais divulgados!

“Uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das ideias espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”. Allan Kardec (Projeto 1868 – Obras Póstumas)
Você sabia que na cidade do Rio de Janeiro, nas últimas décadas do século 19,
havia uma coluna semanal espírita no jornal de maior circulação do País? O jornal chamava-se O País (seria a Folha de São Paulo de hoje) e o autor dos textos tinha o nome de Bezerra de Menezes, que utilizava do pseudônimo Max.
A triste realidade de hoje é que o feito de Bezerra de Menezes não está se repetindo. Não temos mais colunas espíritas periódicas no jornal de maior circulação do País. Imaginemos o que ocorrerá quando o Espiritismo tiver uma divulgação/publicidade periódica de 2 minutos na Rede Globo de Televisão? Ou
quando tivermos uma página nas revistas semanais de maior circulação explicando “o que é” e “o que não é” Espiritismo? Imaginemos ainda o que ocorrerá quando tivermos um programa espírita em canal aberto de TV?
Questionemo-nos: 


ESTAMOS FAZENDO PUBLICIDADE DO ESPIRITISMO
NOS JORNAIS MAIS DIVULGADOS?

b) Cairbar Schutel divulgava o Espiritismo no local de maior circulação pública de sua cidade!


“Vi Cairbar Schutel de relance: eu vinha do agreste com minha querida mãe e o trem se deteve em Matão. Era o trem da noite que havíamos tomado com destino a Minas Gerais. Eu era uma criança de grupo escolar e vi quando aquele homem de traje impecável, de brim, porte esbelto, com um maço de jornais debaixo do braço, ia colocando um exemplar em cada banco vazio. Curioso, tomei um deles. Era O Clarim.
Mais tarde, através de fotografia tomei conhecimento de que o homem era Cairbar Schutel. Soube tempos depois que ele os esperava para distribuir a boa semente aos viajores fatigados que se destinavam às excursões mais distantes de São Paulo.”
Wallace Leal Rodrigues (Livro O Bandeirante do Espiritismo, Editora O Clarim –
Eduardo Carvalho Monteiro e Wilson Garcia)
Questionemo-nos:

ESTAMOS DIVULGANDO O ESPÍRITISMO NOS LOCAIS
DE MAIOR CIRCULAÇÃO DE NOSSA CIDADE?


c) Marcelo Ribeiro (espírito) esclarece: Espiritismo, não é lícito impô-lo, nem justo deixar de apresentá-lo.


“O Espiritismo é um tesouro de alto valor que tem a missão de produzir lucros de amor e juros de paz. Ocultá-lo, sem o promover entre as criaturas, é o mesmo que enterrar uma fortuna, que assim perde a finalidade para a qual existe. Retê-lo, constitui crime de avareza, considerando-se a fonte de luz de que padecem as criaturas. (...) O Espiritismo é o antídoto eficiente e rápido para os males que grassam, na Terra, derruindo o materialismo e promovendo a vida. Difundi-lo, a rigor, é tarefa de quantos se identificam com as suas lições e nele encontram satisfação de viver. Não é lícito impô-lo, nem justo deixar de apresentá-lo.” Marcelo Ribeiro, psicografia de Divaldo Franco (Livro Terapêutica de Emergência. Editora LEAL)
Questionemo-nos:

ESTAMOS SENDO JUSTOS, NÃO DIVULGANDO O ESPIRITISMO AOS NÃO-ESPÍRITAS?

d) Eurípedes Barsanulfo sugere levarmos suas palavras a toda a parte!


“Que vocês levem a nossa palavra a toda a parte. Aqueles que possam fazê-lo,
transmitam-na através dos meios de comunicação. Precisamos contagiar nosso
movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso País a crescer e caminhar no rumo do progresso.” Eurípedes Barsanulfo, psicografia de Suely Caldas Schubert (Artigo Mensagem de Esperança)
Questionemo-nos:

ESTAMOS LEVANDO AS PALAVRAS DE EURÍPEDES A TODA A PARTE?

e) Herculano Pires nos mostra o tanto que temos a caminhar!


“Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento espiritual e cultural da Terra.”
Questionemo-nos:

ESTAMOS FAZENDO NOSSA PARTE PARA QUE O ESPIRITISMO SEJA O MAIS IMPORTANTE MOVIMENTO ESPIRITUAL E CULTURAL DA TERRA?

f) André Luiz nos orienta a divulgarmos o Espiritismo em cada programa de rádio e televisão!


“Divulgar, em cada programa de rádio e televisão, ou programas outros de expansão doutrinária, conceitos e páginas das obras fundamentais do Espiritismo. A base é indispensável para qualquer edificação.” André Luiz, psicografia de Chico Xavier (Livro Conduta Espírita. Editora FEB),
Questionemo-nos:

ESTAMOS DIVULGANDO O ESPIRITISMO EM CADA PROGRAMA DE RÁDIO E
TELEVISÃO?

g) Vianna de Carvalho (espírito) nos induz a deixarmos de ser indiferentes em relação à divulgação espírita.


“Na hora da informática, com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode
marginalizar, sob pretexto pueris, em que disfarça a timidez, o desamor à causa ou a indiferença pela divulgação.” Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Franco (Livro Reflexões Espíritas. Editora LEAL)
Questionemo-nos:


ESTAMOS SENDO TÍMIDOS OU INDIFERENTES EM RELAÇÃO
À IMPORTÂNCIA DA DIVULGAÇÃO AOS NÃO-ESPÍRITAS?

h) Allan Kardec nos orienta a popularizarmos o Espiritismo.


“Dois elementos devem concorrer para o progresso do Espiritismo; estes são: o
estabelecimento teórico da Doutrina e os meios para popularizá-la.” Allan Kardec (Projeto 1868 – Obras Póstumas)
Diz Allan Kardec, no capítulo XVIII do livro A Gênese: “Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina a secundar o movimento de regeneração”.
Se o Espiritismo é, como diz Kardec, a Doutrina “mais apta a secundar o movimento de regeneração” (que se avizinha) será que devemos manter apenas conosco – seguidores do Espiritismo – este vastíssimo conhecimento que a Doutrina Espírita proporciona? Será que estamos exercendo a caridade que Emmanuel proclama: “O Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade de sua própria divulgação?”. (Livro Estude e Viva, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, FEB)
Questionemo-nos:

ESTAMOS UTILIZANDO-NOS DOS MEIOS ADEQUADOS
PARA POPULARIZAR O ESPIRITISMO?

Uma importante observação:


A divulgação do Espiritismo aos não-espíritas não pode ter o objetivo de convertê-los à nossa Doutrina. Alguém já disse que “O Espiritismo não será a religião do futuro, mas, o futuro das religiões”. O que equivale a dizer que as pessoas não precisam ser espíritas, mas todas devem ter conhecimento dos postulados espíritas, pois são leis naturais. Daí a importância da necessária, da premente e urgente, divulgação!


Se não houver amanhã

Sabe, eu que costumava deixar muitas coisas para amanhã, resolvi lhe dizer, hoje, o quanto você é importante para mim, porque quando acordei pela manhã, uma pergunta ressoava na acústica de minha alma:
E se não houver amanhã?
Então, hoje eu quero me deter um pouco mais ao seu lado, ouvir suas ideias com mais atenção, observar seus gestos mais singelos, decorar o tom da sua voz, seu jeito de andar, de correr, de abraçar.
Porque... se não houver amanhã... eu quero saber qual é sua comida preferida, a música que você mais gosta, a sua cor predileta...
Hoje eu vou observar seu olhar, descobrir seus desejos, seus anseios, seus sonhos mais secretos e tentar realizá-los.
Porque, se não houver amanhã... eu quero ter gravada em minha retina o seu sorriso, seu jeito de ser, suas manias...
Hoje eu quero fazer uma prece ao seu lado, descobrir com você essa magia que traz tanta serenidade, quero subir aos céus com você, pelos fios invisíveis da oração.
Hoje eu vou me sentar com você na relva macia, ouvir a melodia dos pássaros e sentir a brisa acariciando meu rosto, colado ao seu, em silêncio... e sem pressa.
Hoje eu vou lhe pedir por favor, agradecer, me desculpar, pedir perdão, se for necessário.
Sabe, eu sempre deixei todas essas coisas para amanhã, mas o amanhã é apenas uma promessa... O hoje é presente.
Assim, se não houver amanhã, eu quero descobrir hoje qual é a flor que você mais gosta e lhe ofertar um belo ramalhete.
Quero conhecer seus receios, aconchegá-lo em meus braços e lhe transmitir confiança...
Hoje, quando você for se afastar de mim, vou segurar suas mãos e pedir para que fique um pouco mais ao meu lado.
Sabe, eu sempre costumo deixar as palavras gentis para dizer amanhã, carinhos para fazer amanhã, muita atenção para prestar amanhã, mas o amanhã talvez não nos encontre juntos.
Eu sei que muitas pessoas sofrem quando um ser amado embarca no trem da vida e parte sem que tenham chance de dizer o que sentem, e sei também que isso é motivo de muito remorso e sofrimento.
Por isso eu não quero deixar nada para amanhã, pois se o amanhã chegar e não nos encontrar juntos, você saberá tudo o que sinto por você e saberei também o que você sente por mim.
Nada ficará pendente...
Quero registrar na minha alma cada gesto seu.
Quero gravar em meu ser, para sempre, o seu sorriso, pois se a vida nos levar por caminhos diferentes eu terei você comigo, mesmo estando temporariamente separados.
Sabe, eu não sei se o amanhã chegará para nós, mas sei que hoje, hoje eu posso dizer a você o quanto você é importante para mim.
Seja você meu filho, minha filha, meu esposo ou esposa, um amigo talvez, você vai saber hoje, o quanto é importante para mim... porque, se não houver amanhã...

* * *
Amanhã o sol será o mesmo mensageiro da luz mas as circunstâncias, pessoas e coisas, poderão estar diferentes.
Hoje significa o seu momento de agir, semear, investir suas possibilidades afetivas em favor daqueles que convivem com você.
Hoje é o melhor período de tempo na direção do tempo sem fim...


Redação do Momento Espírita.

Preciso de Alguém

Você tem amigos?

Em caso positivo, então sabe o quanto é importante ter amigos verdadeiros.
Muito já se falou desses tesouros chamados amigos, mas nem todas as pessoas lhes dão o devido valor.
Quando não se é rico, nem importante, nem famoso, é fácil saber quem são os amigos, pois, em tese, não têm outro móvel para uma aproximação que não seja a amizade pura e simples.
O mesmo não acontece com pessoas ricas ou famosas, pois aí poderá haver aproximações movidas por interesses e conveniências, nem sempre baseados na amizade sincera.
É muito comum que pessoas famosas, muitas vezes, se sintam solitárias, fiquem depressivas e apáticas, por falta de alguém em quem possam confiar incondicionalmente.
Talvez seja por essa razão que uma poetisa escreveu o seguinte:
Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo; que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém que venha brigar ao meu lado, sem precisar ser convocado.
Alguém amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: a amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida. Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias e que, no meio da tempestade, grite em coro comigo: "Nós ainda vamos rir muito disso tudo."
E ria muito. E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma amizade verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela...
A verdadeira amizade está acima de quaisquer valores financeiros. Todo o dinheiro do mundo não seria suficiente para adquirir uma amizade leal, já que é um sentimento que não está à venda.
E por mais rico que seja um ser humano, ele não será completamente feliz se não contar com, pelo menos, um amigo fiel.
De nada valeria ser a pessoa mais famosa do mundo, se não puder contar suas alegrias a um amigo.
De nada adiantaria ter todas as riquezas materiais que o mundo pode oferecer, se não houver uma amizade para compartilhar.
Por outro lado, ainda que a pessoa seja a mais pobre da face da Terra, se tiver um amigo verdadeiro, nunca passará necessidade.

* * *
Quando outras emoções se enfraquecem no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada das pessoas que se estimam.
Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.
A amizade pura é uma flor que nunca morre.

Redação do Momento Espírita