Entrevista com Dr. Jorge Andrea dos Santos
(ICEB)
Enviado por Equipe DecomEntrevistasnov 27, 2012
Dr. Jorge Andrea é presidente de
Honra do ICEB – Instituto de Cultura Espírita do Brasil).
P: – A mediunidade é
um atributo do ser humano?
R: – É. Porquanto faz
parte da estrutura psicológica do ser, embora tenha diversas tonalidades, o que
faz com que os indivíduos discutam se uns são médiuns e outros não. Mas a
verdade é que o potencial da mediunidade é inavaliável e existe na natureza
humana, é questão somente de ser educado. Mesmo porque alguns já vêm com todo
potencial, é o que chamamos de médiuns ostensivos. O processo mediúnico é uma
catarse. E toda catarse feita nessa estruturação espírita vem com todo material
de benesse que o individuo precisa absorver. Então, nestas condições, a
mediunidade é um elemento que faz parte da natureza humana, daí as condições de
os indivíduos serem classificados de médiuns ou não médiuns, mas que o
potencial existe, existe.
P: – Percebemos no
universo que tudo tem um sentido, uma finalidade. Para que serve a mediunidade?
R: – É um processo
catártico que traz duplo beneficio. É duplo porque geralmente a mediunidade vem
para auxílio de terceiros, mas o mais auxiliado é o próprio individuo em que o
processo se manifesta. Daí a necessidade do processo mediúnico. E ainda tem
mais, nas condições atuais em que nos encontramos, em que os processos
intuitivos ainda estão rastejando, eles vão mostrar, com isso, o plano
evolutivo de cada ser.
Hoje nós vivemos uma psicologia com
as nossas medidas absolutamente analíticas. Mas existe um processo em
andamento, sintético, que é o do processo intuitivo, que denota evolução
psicológica.
P: – O senhor acredita
que, ao longo do seculo XXI, a mediunidade será comprovada pela ciência? E se
isso acontecer, quais as conseqüências para a sociedade humana?
R: – Já está sendo
comprovada pela ciência. Nós, por exemplo, temos as fotografias que o individuo
tira da família com 4 ou 5 pessoas e aparece uma sexta, e o individuo diz “Mas
isso não estava aqui!”.
As comunicações telefônicas feitas em
1925, quando Oscar d´Argonnel foi o primeiro a receber oficialmente o processo
telefônico, bastante divulgado, acentuado e analisado pelo grupo é outro
exemplo. Os fatos se deram numa pequena festa onde eles estavam. Ele recebeu
por telefone uma comunicaçao espiritual, e o espírito lhe disse quem era e
começaram a conversar. Outros participaram daquilo e, no final, o espírito
virou-se pra ele e disse: “quanto ao tempo que nós ocupamos no telefone, você
pode ficar tranqüilo porque nós usamos diretamente o ectoplasma do grupo e o
introduzimos na caixa central do prédio. Então não está anotado na central e
vocês não vão pagar excesso nenhum de telefone”.
Isso foi em 1925 e foi uma das
provas. Depois apareceram, na década de 60 para 70, os célebres gravadores.
Friedrich Jurgenson estava verificando o cantar dos pássaros e, nesta beleza
que estava desenvolvendo, as mensagens começaram a ser introduzidas nessas
gravações e chamou a atenção. Selecionou, logo no começo, cinco mil gravações.
Um alemão chamado Raudive fez um
estudo bem detalhado sobre isso e, na década de 80 apareceu uma dupla
americana, que foi Willian J. O´Neil e Dr. Muller. Essa dupla construiu um
aparelho para comunicações, e a comunicaçao apareceu sintetizada, que é aquilo
que vem aos poucos, como se estivesse gaguejando, digamos assim. E foi uma
comprovação fantástica porque eles tiveram comunicações interessantíssimas. O
parceiro de O´Neil desencarna antes dele e, no mundo espiritual começou a
influenciá-lo e a dizer o que tinha que fazer, porque eles estavam um pouquinho
mais adiantados do que aqui, mas que mesmo não sabendo de tudo, talvez desse
certo. Isso comprova que o mundo espiritual tem também o seu degradê, o que
está perto da Terra é um pouco mais elevado, mas não é o grande conhecimento,
porque a coisa se desenvolve. E a transcomunicação sofreu um avanço muito
grande. Vieram os trabalhos muito específicos, como o VIDEOCOM, com imagens no
vídeo, sem movimentos, fixas. E Raudive, conhecido por fazer essas coisas,
apareceu nessas imagens. Disseram eles que, no mundo espiritual, existe também
um centro de gravação como nós procuramos fazer na Terra. Pr isso estavam
fazendo esse intercâmbio. Tudo isso vem comprovar, através da transcomunicação,
a idéia do processo da existência e da mediunidade.
Há um baiano de Feira de Santana, Clóvis Nunes, que tem viajado pelo mundo
inteiro, inclusive pelo Japão, fazendo essas pesquisas, que escreveu um livro
sobre transcomunicação muito interessante. É uma comprovação fantástica! Além
disso, as sensibilidades de cada individuo, pessoas honestas, que eram
agnósticas conhecidas e que riam para justamente provar que não existiam esses
fatos, acabaram cedendo diante desse desenvolvimento.
P: – Em que medida,
sob o ponto de vista da Doutrina Espírita, a mediunidade é uma novidade?
R: – Nós estamos nos
albores da mediunidade, ainda estamos naquele momento em que a humanidade ainda
precisa absorver a idéia kardequiana. Claro que não são todos, existem grupos
que já compreendem perfeitamente o processo mediúnico. Mas a mediunidade é
realmente um grande pilar da evolução psicológica do ser, não podemos fugir a
isso. Não só pelo exercício, não só pela ampliação das condições psicológicas,
como também pela estrutura de totalidade propriamente.
P: – Tudo evolui, a
mediunidade também evolui? Podemos dizer que a intuição é o limite superior da
progressão da mediunidade? Por quê?
R: – No dia em que a
civilização tomar a intuição como um processo normal, não precisará fazer mais
análise psicológica. Porque na análise o individuo precisa ter um processo
dissociativo e, no processo intuitivo, há uma conjunção, é um processo de
conjunto, que vem sob a forma de explosão psicológica, e o individuo tem
certeza daquele acontecimento, embora não possa provar, na análise psicológica,
que é a nossa necessidade muitas vezes. A evolução do homem caminha para isso.
E no dia em que nós dominarmos completamente esse processo intuitivo, e para
isso, vamos acrescentar, haja reencarnação, nós teremos o fato normal da
intuição e estaremos em busca da superioridade.
P: – Há alguma relação
entre mediunidade e autoconhecimento? Entre mediunidade e reforma íntima?
R: – Claro. Porque o
individuo, com os processos mediúnicos, participa do processo espiritual mais
do que ele percebe. Os médiuns que dizem “eu não vejo nada, não sei nada”, não
sabem que está tudo gravado e, vez por outra, vem à tona, e o individuo diz “eu
acho que já vi isso, eu não sei onde li isso”. Ele não leu, ele participou do
processo mediúnico. Aquela mediunidade inconsciente não existe. Aquilo fica
guardado e, em algum momento, se mostra, porque se fosse inconsciente, no
sentido total, apagaria. Agora, isso faz parte do lastro espiritual de
autoconhecimento, e o individuo vai crescendo com o seu trabalho intelectivo ou
não, trabalho de outra área científica; esses elementos não deixam de ser
degraus sustentadores do processo evolutivo. Não pode deixar de ser.
P: – O Senhor acredita
que algum dia a medicina oficial usará a mediunidade para ampliar suas
possibilidades de tratamento e de cura?
R: – Já existem. Nós
temos visto grupos com trabalhos excepcionais nessa área. As organizações que
trabalham nesse campo precisam muito de ectoplasma para que essas manifestações
de cura se mostrem melhor. Esse ectoplasma não é aquele antigo que aparecia no
individuo. Hoje tudo é mais sereno, o processo é evolutivo. As manifestações
cirúrgicas, os auxílios cirúrgicos nos laboratórios, nas casas de saúde são de
tal ordem que às vezes o médico não tem conhecimento exato daquilo. Há médicos
que às vezes se perguntam “Mas, meu Deus, como é que eu faço isso?”. São os
auxílios. Nós temos aqui no Rio de Janeiro uma organização, Frei Luís, onde fui
algumas vezes e vi uma estrutura de trabalho de muito volume, de indivíduos
sérios; um departamento dirigido por um neurocirurgião, um neurologista, que
conheço, de valor sério.
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