". . . seria pretensioso dizer que o Espiritismo será o futuro das religiões, mas, certamente será a religião do futuro"

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sábado, 12 de janeiro de 2013

Entrevista com o Dr. Jorge Andréa sobre mediunidade


Entrevista com Dr. Jorge Andrea dos Santos
(ICEB)
Enviado por Equipe DecomEntrevistasnov 27, 2012


Dr. Jorge Andrea é presidente de Honra do ICEB – Instituto de Cultura Espírita do Brasil).
P: – A mediunidade é um atributo do ser humano?

R: – É. Porquanto faz parte da estrutura psicológica do ser, embora tenha diversas tonalidades, o que faz com que os indivíduos discutam se uns são médiuns e outros não. Mas a verdade é que o potencial da mediunidade é inavaliável e existe na natureza humana, é questão somente de ser educado. Mesmo porque alguns já vêm com todo potencial, é o que chamamos de médiuns ostensivos. O processo mediúnico é uma catarse. E toda catarse feita nessa estruturação espírita vem com todo material de benesse que o individuo precisa absorver. Então, nestas condições, a mediunidade é um elemento que faz parte da natureza humana, daí as condições de os indivíduos serem classificados de médiuns ou não médiuns, mas que o potencial existe, existe.

P: – Percebemos no universo que tudo tem um sentido, uma finalidade. Para que serve a mediunidade?

R: – É um processo catártico que traz duplo beneficio. É duplo porque geralmente a mediunidade vem para auxílio de terceiros, mas o mais auxiliado é o próprio individuo em que o processo se manifesta. Daí a necessidade do processo mediúnico. E ainda tem mais, nas condições atuais em que nos encontramos, em que os processos intuitivos ainda estão rastejando, eles vão mostrar, com isso, o plano evolutivo de cada ser.

Hoje nós vivemos uma psicologia com as nossas medidas absolutamente analíticas. Mas existe um processo em andamento, sintético, que é o do processo intuitivo, que denota evolução psicológica.
P: – O senhor acredita que, ao longo do seculo XXI, a mediunidade será comprovada pela ciência? E se isso acontecer, quais as conseqüências para a sociedade humana?

R: – Já está sendo comprovada pela ciência. Nós, por exemplo, temos as fotografias que o individuo tira da família com 4 ou 5 pessoas e aparece uma sexta, e o individuo diz “Mas isso não estava aqui!”.

As comunicações telefônicas feitas em 1925, quando Oscar d´Argonnel foi o primeiro a receber oficialmente o processo telefônico, bastante divulgado, acentuado e analisado pelo grupo é outro exemplo. Os fatos se deram numa pequena festa onde eles estavam. Ele recebeu por telefone uma comunicaçao espiritual, e o espírito lhe disse quem era e começaram a conversar. Outros participaram daquilo e, no final, o espírito virou-se pra ele e disse: “quanto ao tempo que nós ocupamos no telefone, você pode ficar tranqüilo porque nós usamos diretamente o ectoplasma do grupo e o introduzimos na caixa central do prédio. Então não está anotado na central e vocês não vão pagar excesso nenhum de telefone”.
Isso foi em 1925 e foi uma das provas. Depois apareceram, na década de 60 para 70, os célebres gravadores. Friedrich Jurgenson estava verificando o cantar dos pássaros e, nesta beleza que estava desenvolvendo, as mensagens começaram a ser introduzidas nessas gravações e chamou a atenção. Selecionou, logo no começo, cinco mil gravações.
Um alemão chamado Raudive fez um estudo bem detalhado sobre isso e, na década de 80 apareceu uma dupla americana, que foi Willian J. O´Neil e Dr. Muller. Essa dupla construiu um aparelho para comunicações, e a comunicaçao apareceu sintetizada, que é aquilo que vem aos poucos, como se estivesse gaguejando, digamos assim. E foi uma comprovação fantástica porque eles tiveram comunicações interessantíssimas. O parceiro de O´Neil desencarna antes dele e, no mundo espiritual começou a influenciá-lo e a dizer o que tinha que fazer, porque eles estavam um pouquinho mais adiantados do que aqui, mas que mesmo não sabendo de tudo, talvez desse certo. Isso comprova que o mundo espiritual tem também o seu degradê, o que está perto da Terra é um pouco mais elevado, mas não é o grande conhecimento, porque a coisa se desenvolve. E a transcomunicação sofreu um avanço muito grande. Vieram os trabalhos muito específicos, como o VIDEOCOM, com imagens no vídeo, sem movimentos, fixas. E Raudive, conhecido por fazer essas coisas, apareceu nessas imagens. Disseram eles que, no mundo espiritual, existe também um centro de gravação como nós procuramos fazer na Terra. Pr isso estavam fazendo esse intercâmbio. Tudo isso vem comprovar, através da transcomunicação, a idéia do processo da existência e da mediunidade.

Há um baiano de Feira de Santana, Clóvis Nunes, que tem viajado pelo mundo inteiro, inclusive pelo Japão, fazendo essas pesquisas, que escreveu um livro sobre transcomunicação muito interessante. É uma comprovação fantástica! Além disso, as sensibilidades de cada individuo, pessoas honestas, que eram agnósticas conhecidas e que riam para justamente provar que não existiam esses fatos, acabaram cedendo diante desse desenvolvimento.

P: – Em que medida, sob o ponto de vista da Doutrina Espírita, a mediunidade é uma novidade?

R: – Nós estamos nos albores da mediunidade, ainda estamos naquele momento em que a humanidade ainda precisa absorver a idéia kardequiana. Claro que não são todos, existem grupos que já compreendem perfeitamente o processo mediúnico. Mas a mediunidade é realmente um grande pilar da evolução psicológica do ser, não podemos fugir a isso. Não só pelo exercício, não só pela ampliação das condições psicológicas, como também pela estrutura de totalidade propriamente.

P: – Tudo evolui, a mediunidade também evolui? Podemos dizer que a intuição é o limite superior da progressão da mediunidade? Por quê?

R: – No dia em que a civilização tomar a intuição como um processo normal, não precisará fazer mais análise psicológica. Porque na análise o individuo precisa ter um processo dissociativo e, no processo intuitivo, há uma conjunção, é um processo de conjunto, que vem sob a forma de explosão psicológica, e o individuo tem certeza daquele acontecimento, embora não possa provar, na análise psicológica, que é a nossa necessidade muitas vezes. A evolução do homem caminha para isso. E no dia em que nós dominarmos completamente esse processo intuitivo, e para isso, vamos acrescentar, haja reencarnação, nós teremos o fato normal da intuição e estaremos em busca da superioridade.

P: – Há alguma relação entre mediunidade e autoconhecimento? Entre mediunidade e reforma íntima?

R: – Claro. Porque o individuo, com os processos mediúnicos, participa do processo espiritual mais do que ele percebe. Os médiuns que dizem “eu não vejo nada, não sei nada”, não sabem que está tudo gravado e, vez por outra, vem à tona, e o individuo diz “eu acho que já vi isso, eu não sei onde li isso”. Ele não leu, ele participou do processo mediúnico. Aquela mediunidade inconsciente não existe. Aquilo fica guardado e, em algum momento, se mostra, porque se fosse inconsciente, no sentido total, apagaria. Agora, isso faz parte do lastro espiritual de autoconhecimento, e o individuo vai crescendo com o seu trabalho intelectivo ou não, trabalho de outra área científica; esses elementos não deixam de ser degraus sustentadores do processo evolutivo. Não pode deixar de ser.

P: – O Senhor acredita que algum dia a medicina oficial usará a mediunidade para ampliar suas possibilidades de tratamento e de cura?

R: – Já existem. Nós temos visto grupos com trabalhos excepcionais nessa área. As organizações que trabalham nesse campo precisam muito de ectoplasma para que essas manifestações de cura se mostrem melhor. Esse ectoplasma não é aquele antigo que aparecia no individuo. Hoje tudo é mais sereno, o processo é evolutivo. As manifestações cirúrgicas, os auxílios cirúrgicos nos laboratórios, nas casas de saúde são de tal ordem que às vezes o médico não tem conhecimento exato daquilo. Há médicos que às vezes se perguntam “Mas, meu Deus, como é que eu faço isso?”. São os auxílios. Nós temos aqui no Rio de Janeiro uma organização, Frei Luís, onde fui algumas vezes e vi uma estrutura de trabalho de muito volume, de indivíduos sérios; um departamento dirigido por um neurocirurgião, um neurologista, que conheço, de valor sério.



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